O dia 15 de novembro comemora a
proclamação da República, iniciando primeiro com a derrubada do ministério,
conclui-se com o Marechal Deodoro da Fonseca com o fim do Império,
instalando-se assim a República que foi referendada definitivamente por plebiscito,
em 1993. O conhecido e estimado sociólogo Herbert José de Souza falava no fim
dos anos oitenta de fazer nova a República.
De veras, pelo que se vê na crise do
sistema político e da extensão do câncer da corrupção, o espírito republicano é
muito incipiente ainda nos agentes públicos e não se tornou cultura e vivência
cidadã. A velha tese do patrimonialismo e da prática da transgressão e
contravenção justificada, muitas vezes com a expressão “jeitinho brasileiro”,
foi deturpando instituições e escancarando esquemas de propinoductos, com uma
relação incestuosa e delinqüente entre setores do empresariado e os dirigentes
da classe política.
Torna-se necessário renascer para uma
verdadeira cultura republicana que faça penetrar na sociedade civil e suas
lideranças políticas o espírito público de integridade, serviço e probidade que
o Estado de Direito reclama e exige. Precisamos terminar com as castas que se
enquistam no poder público distribuindo benesses e privilégios para os seus
comparsas.
Certamente estas mudanças serão
vitoriosas somente com uma cidadania vigilante, atuante, e consciente,
mobilizando a sociedade civil em torno a uma democracia social, viva e
participativa. Trata-se de dizer alto e de bom tom, que a lei é para todos(as),
que não vamos reeleger nenhum corrupto, que haverá tolerância zero com
candidatos ficha suja que querem perpetuar o reinado da roubalheira e
apropiação das verbas públicas.
Quem rouba milhões, mata milhões, não
se defendem direitos humanos e sociais deixando impune a corrupção, sem tocar
nos tentáculos das máfias do poder. Que o Evangelho do poder-serviço nos leve a
construir um Brasil republicano, centrado na justiça, na integridade e no bem
comum. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Fonte: CNBB
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