terça-feira, 12 de junho de 2018
CAMINHADA DA FRATERNIDADE DE TERESINA-PI, ENALTECE AS DIFERENÇAS
Uma
multidão de pessoas participou ontem (10) da 23ª Caminhada da Fraternidade.
Esse ano a inciativa da Ação Social Arquidiocesana (ASA) abordou a temática
‘Diferenças nós respeitamos’. A Caminhada tem o apoio da Arquidiocese de
Teresina e visa a manutenção de lares, abrigos, casas e instituições que
prestam assistência e auxílio a pessoas carentes em diferentes áreas.
Ainda
antes das sete da manhã o público de diferentes crenças e raças começou a
chegar e se concentrar em frente ao palco que foi montado ao lado da Igreja São
Benedito. Após o momento de acolhida, milhares de pessoas vestidas com o kit da
Caminhada receberam as boas vindas do arcebispo de Teresina Dom Jacinto Brito
que presidiu a Santa Missa.
Citando
o evangelho de São João, o arcebispo gerou reflexão junto aos peregrinos. “O
amor é eterno. Sentimo-nos como destinatários dessa bem aventurança, pois
estamos aqui para realizar esta Palavra de Jesus: amai-vos uns aos
outros, como eu vos amei (Jo 15,12-17). A fraternidade, que não é
a amizade dos sentimentos, nem simpatias, é uma decisão do nosso coração”,
disse.
O
arcebispo de Teresina ainda ressaltou que, apesar de tanta violência e da
globalização de diferenças, o evangelho tem preservado muitas pessoas dessa
corrupção. “Sobressai a alegria de partilhar e essa é a vitória do bem. Não é a
toa que a caminhada acontece num domingo para celebrar a vitória da
ressurreição”, acrescentou.
Dona
Maria do Carmo da Paróquia Santíssima Trindade, veio com dois netos e uma
filha. Ela revela que a cada ano seu amor pela Igreja aumenta. “Eu me sinto
honrada em integrar a Igreja Particular de Teresina. Como é bonito ver esse mar
de gente que tem o mesmo sentimento: o de amor ao próximo. Amor esse defendido
pelo nosso Arcebispo em sua fala e que é capaz de unir pessoas diferentes, mas
que carregam consigo a marca da solidariedade. Aquele jovem rapaz que está ali.
Jovem, na flor da idade com escolhas bem diferentes das minhas (disse se
referindo a um homem que se concentrava ao seu lado durante a missa). Mas em
comum temos o amor ao próximo. Estamos aqui com o mesmo fim, o de colaborar e
contribuir para o bem do irmão carente”, disse emocionada.
A
mensagem do bem encontrou morada também no coração de Paulo Davidson, pela
primeira vez no evento. O jovem revela que sentiu o chamado do acolhimento.
Estudante de moda e morador da zona sul da capital, ele diz que muitas vezes se
sentiu excluído por ser homossexual. Mas optou por acordar cedo, vestir seu kit
e levantar a bandeira do evento que, segundo ele, é um desejo de Deus.
Ainda
durante a homilia, Dom Jacinto defendeu a importância da união, de se pensar no
coletivo e de agir de forma fraterna e partilhar o pouco que se tem. “O
individualismo é um círculo estreito ao nosso redor. Cremos na fraternidade que
é capaz de derrubar muros. Por isso estamos aqui. O fato de estarmos aqui no
início dessa manhã de domingo pela 23ª vez ostentando o nosso lema: diferenças,
nós respeitamos, significa de fato a nossa crença e convicção de que
fraternidade se faz com a vida e gestos de partilhas”, afirmou.
Ao
final da celebração Dom Jacinto deu um recado de ânimo e injetou nos presentes
a mensagem de otimismo.
“Não
desanimem se presenciar sinais contrários, saques aos direitos das pessoas, a
globalização da indiferença. Nós rompemos esse cerco proclamando a vitória da
fraternidade. Hoje é domingo, dia da ressurreição, onde Jesus venceu o pecado e
a morte e nós queremos vencer afirmando: diferenças, nós respeitamos”,
enalteceu o arcebispo.
Após
a Santa Missa o público foi conduzido por uma equipe de educadores físicos a
praticar exercícios de aquecimento. E nesse momento já era grande a expetativa
para o trajeto que teria como destino final a Ponte Estaiada. Dispostos a
prosseguir firmes na fé, os peregrinos formados por famílias inteiras, jovens,
idosos e crianças aqueceram o corpo e a mente.
Padre
Tony Batista, Vigário geral da Arquidiocese de Teresina, subiu no caminhão e
como um ‘capitão do time do bem’, assim denominado pelo Arcebispo, fez a
convocação dando início a Caminhada. Ao término da passagem pela Avenida Frei
Serafim foram orientados a seguir trajeto pela Avenida Raul Lopes acessando a
via pela aba da ponte Juscelino Kubistchek.
O
casal Carlos e Rosângela Marques seguiram o trajeto em um caminhão. Integrantes
de uma equipe responsável pela comercialização de água mineral, a dupla não
desanimou mesmo debaixo do forte sol. Como membros do Encontro de Casais com
Cristo (ECC) eles entendem que é missão participar do momento.
“A
nossa Igreja chama. Mas, quem chama mesmo é Jesus Cristo Nosso Senhor. E esse
chamado tem sempre o nosso sim. Estamos aqui pelo bem de irmãos que precisam de
assistência e que devido as suas carências, seja de assistência à saúde ou até
mesmo um abrigo, pois são infinitas as dificuldades de abandono e falta de
dignidade não cabe recusa. Então não podemos nos negar a contribuir para a obra
social da nossa Igreja”, diz alegre.
Em
2017 onze projetos e instituições (incluindo lares, abrigos e casas de
passagens, além de iniciativas de pastorais) foram beneficiados com os
recursos. A casa por excelência apoiada pela Caminhada é o Lar da Fraternidade.
O centro de passagem abriga pessoas com HIV-Aids que vem à Teresina para
tratamento médico
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário