sábado, 16 de junho de 2018
DEFENSORES DE DIREITOS HUMANOS NO PARÁ VIVEM EM SITUAÇÃO DE ALERTA DIZ RELATÓRIO
As organizações REPAM e Front Line
Defenders, com apoio da Justiça Global, realizaram uma missão entre os dias 29
de maio e 01 de junho, na região do Xingu, no Pará. O objetivo era conhecer e
avaliar a atual situação de defensores e defensoras de direitos humanos
atuantes nos municípios de Anapu e Altamira, com particular destaque para a
prisão do pe. José Amaro Lopes de Sousa.
Participaram, como delegados da
missão Ivi Oliveira, Coordenadora de Proteção para as Américas de Front Line
Defenders, e Danilo Chammas, assessor da REPAM-Brasil. Os representantes da
missão encontraram-se tanto com agentes públicos de instituições de Justiça e
de segurança como com defensores e defensoras de direitos humanos ligados ou
não a instituições, organizações e movimentos sociais da região.
Motivações da missão – De
acordo com o relatório apresentado, “a região em que se deu a missão é
notoriamente conhecida por conflitos violentos que opõem, de um lado, aqueles
que defendem os direitos humanos e as formas tradicionais de uso da terra e dos
recursos naturais e, de outro, os que procuram impor outras formas de
apropriação e de exploração do território, que vão desde a monocultura, a
pecuária extensiva e a exploração ilegal de madeira a grandes projetos de
geração de energia e de mineração em larga escala”.
O documento relembra os casos de
conflito, desde 2005, como o assassinato da missionária religiosa Ir. Dorothy
Stang. Recorda as ações de embate entre agricultores e latifundiários, traz
informações de casos de assassinatos ocorridos nos últimos meses, fruto de
conflitos violentos envolvendo defensores de direitos humanos na região, e,
ainda, casos de criminalização e difamação dos agentes defensores.
“Todos esses fatos provocaram grande
preocupação com a vida e a integridade física dos defensores e defensoras de
direitos humanos e foram determinantes para que a Front Line Defenders e a
REPAM-Brasil decidissem pelo envio de seus delegados à região do Xingu”, afirma
o texto do documento assinado pelo assessor da REPAM, Danilo Chammas.
Resultados – Para
os delegados da missão, a partir das reuniões realizadas e da análise dos
documentos disponibilizados durante os dias passados na região, alguns pontos
merecem ser destacados e denunciados:
1. A insegurança jurídica sobre o
direito de posse e de propriedade de determinadas áreas, potencializada pelas
recentes alterações na política brasileira de reforma agrária, é uma das mais
relevantes causas do conflito violento vivenciado na região.
“Da mesma forma, acompanharemos
todos os procedimentos investigativos e ações penais referentes aos crimes
mencionados nesta nota, solicitando de tempos em tempos, às autoridades
competentes, o acesso às informações respectiva”, destaca o relatório.
Confira o relatório na íntegra.
Por Paulo Martins – Assessor de
Comunicação/Repam
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário