ARCEBISPO DE TURIM DENUNCIA: NO MEDITERRÂNEO SE REPETE O MASSACRE DOS INOCENTES
imagens de socorro de sobreviventes no Mar Mediterrâneo
Na
quarta-feira (18/07) o arcebispo de Turim, Dom Cesare Nosiglia presidiu a
vigília de oração “ Morrer de esperança”, em memória de todos os que perderam a
vida atravessando o Mediterrâneo em busca de uma vida melhor. O bispo condenou
os que demonstram indiferença, preconceito e hostilidade para com os migrantes.
Cidade do Vaticano
“No Mediterrâneo, que os
romanos chamavam ‘mare nostrum’, ou seja, ‘nosso mar’ que unia a Europa à
África e ao Oriente, se repete o massacre dos inocentes. Infelizmente – disse Dom
Cesare Nosiglia na sua homilia em Turim – a imigração para o nosso
país, que é cada vez mais intensa, causou em muitas pessoas, mesmo nas que
crêem, dificuldades em aceitar a acolhida serena e positiva que deveria
caracterizar um povo, como o nosso, formado por emigrantes que foram para todas
as partes do mundo”.
“ A acolhida serena e
positiva deveria caracterizar um povo, como o nosso, formado por emigrantes que
foram para todas as partes do mundo ”
Apelar à responsabilidade os
outros Governos europeus não é um álibi para a indiferença
O arcebispo indicou também
como “justo e obrigatório” apelar “à responsabilidade os outros Governos
europeus para enfrentar em conjunto o problema da atual da imigração, em forte
crescimento”. Mas tem consciência de que isso “não pode ser um álibi para a indiferença,
recusando e abandonando ao seu próprio destino todas as pessoas que chegam
através do Mediterrâneo. Essas pessoas passaram longas e dolorosas experiências
de guerra ou de pobreza extrema, muitas delas são menores e mulheres indefesas,
que foram submetidas a violências de todo o tipo”.
A integração dos migrantes
pode aumentar o bem comum de toda a sociedade
“A acolhida dos sem-teto,
dos que perderam casa e trabalho e dos imigrantes e refugiados não é suficiente
para dar-lhes uma vida serena e digna. É preciso continuar a ajudá-los com a
integração, a formação, um emprego, compartilhando os próprios valores
culturais, religiosos e sociais” sublinhou Dom Nosiglia, indicando os “passos
necessários para garantir a cada um a autonomia que permite não apenas garantir
um futuro para a própria vida, mas uma contribuição para o crescimento do bem
comum de toda a sociedade”. “De tal modo, muitos irmãos e irmãs pobres ou
imigrantes podem representar um recurso para a sociedade civil”, acrescentou o
prelado.
“ Muitos irmãos e irmãs
pobres ou imigrantes podem representar um recurso para a sociedade civil ”
Povo de Deus e comunidade
civil são apáticos à acolhida dos migrantes
“Enquanto muitos
voluntários, leigos e religiosos estão engajados com os problemas da pobreza e
das necessidades dos italianos e dos estrangeiros, o Povo de Deus e a
comunidade civil mostram-se com frequência apáticos, indiferentes,
preconceituosos e hostis”. Portanto convido todos a “atuar não só em favor dos
nossos irmãos e irmãs em dificuldade, mas também no campo educacional e
formativo, cultural e social, além do religioso”. Com um objetivo: “Sustentar
as razões da acolhida na mentalidade, no estilo e nas escolhas de vida de cada
membro da comunidade”.
Para a acolhida, aliança com
as Igrejas cristãs e fiéis do Islã
O arcebispo de Turim convida
também as Igrejas cristãs e os fiéis do Islã a fazerem um “pacto de aliança par
alcançar objetivos comuns”. Para deste modo encaminhar “uma política e uma ação
conjunta, tanto no plano religioso como cultural e social, capaz de enfrentar
este problema com justiça e solidariedade”.
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