domingo, 29 de julho de 2018
CINCO ANOS SEM PADRE DALL'OGLIO, UMA VIDA PELA SÍRIA
Cinco anos após o sequetro do padre
Paolo Dall'Oglio em Raqqa, na Síria, suas irmãs falam ao Vatican News da
expectativa de poder abraçá-lo novamente, depois destes anos dolorosos.
Benedetta Capelli
– Cidade do Vaticano
Desde que foi
sequestrado na cidade síria de Raqqa, em 29 de julho de 2013, não se teve mais
notícias do sacerdote italiano padre Paolo Dall’Oglio. Não obstante o silêncio
de todos estes anos, seus familiares e amigos nunca perderam a esperança e
continuam a acreditar no seu retorno.
O sacerdote viveu
grande parte de seu ministério ao lado do povo sírio, trabalhando pela
reconciliação, lançando pontes entre Oriente e Ocidente, abrindo as portas do
Mosteiro sírio-católico de Mar Musa que fez renascer em 1982.
“Hoje – contou ao
Vatican News sua irmã Immacolata – é um local para restaurar as forças
espirituais, algo importantíssimo em um país marcado profundamente pela
guerra”.
Logo após o seu
sequestro, a cidade de Raqqa transformou-se na capital síria da facção Estado
Islâmico. Padre Dall’Oglio havia entrado na Síria pela fronteira com o Iraque,
depois que em 2012 o governo não quis renovar seu visto.
“Sentia-se – conta
Francesca, sua outra irmã – um exilado”, que no entanto havia amadurecido a
capacidade de ler em modo claro os riscos da guerra em andamento.
Um jesuíta que, como
tal, inculturou-se na vida dos sírios, na sua história, em seu futuro, a ponto
de denunciar o que estava acontecendo, mesmo com palavras duras.
O apelo da mãe de
padre Paolo
A família fala de
"anos longos e muito dolorosos", marcados pela ausência de notícias
sobre o padre Paolo. Nestes cinco anos, no entanto, a proximidade com o povo
sírio cresceu "porque - diz Francesca - nosso irmão fez da Síria sua
vocação, seu chamado ao diálogo e isso nos ajuda ainda hoje a seguir em
frente".
"Minha mãe está
esperando o retorno de seu filho - acrescenta - ela teve a oportunidade de
escrever um artigo para um boletim paroquial, onde recordou uma viagem de Paolo
ao Líbano em 1977, no início de seu noviciado. Na época ele disse: “vou para me
tornar um árabe”, ou seja, um envolvimento total. Nossa mãe disse textualmente:
“Isto nos dá a força de sempre ter a expectativa em reencontrá-lo”. É uma
mensagem que esperamos que chegue a Paolo, onde quer que ele esteja”.
Um homem em caminho,
um mediador da paz na Síria
O Papa Francisco, dois
anos depois de seu sequestro, fez um apelo no Angelus pela sua
libertação e de outros bispos ortodoxos sequestrados na Síria.
"É preciso juntar
as peças da dor coletiva que se viveu e se está vivendo no país", sublinha
Immacolata.
"O conflito -
acrescenta por sua vez Francesca - também criou lacerações no mundo cristão,
hoje é necessário superar as posições tomadas, para reunificar a Síria, para
uma nova cidadania síria".
Oração pelo Padre
Paolo
Em Cori, a poucos
quilômetros ao sul de Roma, existe desde 2002 o convento de San Salvatore, sede
italiana da comunidade monástica de Mar Musa, cujo trabalho segue os caminhos
indicados pelo padre Paolo, no constante diálogo entre cristãos e muçulmanos.
Este domingo 29, às 18
horas, 5 anos após seu sequestro, será celebrada uma Missa "na tenaz
esperança - lemos em um comunicado de imprensa - de poder abraçá-lo em
breve".
Daqui, portanto, o convite
"para rezar em comunhão por ele, por todos os sequestrados e pelas vítimas
da violência e do ódio, na Síria, no Oriente Médio e em todo o mundo"
Fonte: Vatican News
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