sexta-feira, 6 de julho de 2018

TAWADROS II: ORAÇÃO É MELHOR ARMA CONTRA OS CONFLITOS


Esta é a "mensagem" que os patriarcas de todo o Oriente Médio, junto com o Papa, querem lançar ao mundo e à comunidade internacional desde Bari, em nome de suas nações e seus povos. Entrevista com o vice-diretor do Escritório Ecumênico da Diocese da Puglia.
Cidade do Vaticano
"Nós acreditamos e confiamos que a oração constitui a maior força para nos tirar de qualquer problema, resolver os conflitos e iluminar o nosso futuro em paz e reconciliação".
Com este "estado de espírito", Tawadros II, patriarca da Igreja Copta Ortodoxa de Alexandria, prepara-se para participar no dia 7 de julho, na cidade italiana de Bari, do Dia de reflexão e oração pela paz no Oriente Médio, a convite do Papa Francisco.
Em entrevista à Agência Sir, o líder da Igreja Copta no Egito enfatiza a importância da oração de todos os líderes das Igrejas do Médio Oriente pela paz nesta martirizada região.
"Nosso estar juntos – diz ele - é um sinal do nosso amor de uns pelos outros, e isso é a coisa mais importante em nosso encontro. Saber que estamos ali para rezar uns pelos outros nestes momentos difíceis, certamente levará conforto para aqueles que sofrem".
"Nós gostaríamos que todos no mundo entendessem que o cristianismo tem raízes profundas na região do Oriente Médio - disse o patriarca Tawadros - por isso é importante que peçamos para que compreendam nossas tradições e os princípios sobre os quais vivemos. Por favor, não interfiram nos assuntos internos de nossos países. Nós podemos resolver nossos problemas no espírito de amor, do diálogo e da compreensão".
Como declarou ao Vatican News padre Alfredo Gabrielli, vice-diretor do Escritório Ecumênico da Diocese de Bari-Bitonto, uma reflexão sobre a paz no Oriente Médio só poderia ser ecumênica, porque quando falamos de paz e nós os cristãos estamos divididos, é difícil dar testemunho credível da nossa presença no mundo:
No entanto, devemos estar cientes sobre qual seja significado da presença cristã no mundo de hoje. Eu penso que o Papa Francisco tem insistido muito neste ponto: para além de nossas relações interconfessionais, aquilo que pode ser a presença cristã, o significado do cristianismo, para o mundo inteiro de hoje. E portanto uma reflexão sobre a paz nos territórios do Oriente Médio só poderia ser ecumênica, porque, se sobre estas questões, quando falamos de paz, nós cristãos ainda nos mostramos divididos, é difícil dar um testemunho eficaz da nossa presença no mundo. E depois, certamente a escolha da cidade de Bari, e depois ir como peregrinos diante das relíquias de São Nicolau tem este significado: encontrar aquele que deu um exemplo de vida reconciliada e de paz; também, como sabemos de seus poucos traços biográficos, em situações não apenas concernentes aos cristãos. Assim, então, ir até lá todos em oração: isso une os cristãos católicos e os cristãos ortodoxos, precisamente para encontrar algo que nos leve para frente.
Para um sacerdote, o que significa estar diante de um irmão de outra confissão? E em particular penso no senhor e em seu papel de vice-diretor do escritório ecumênico?
Entretanto, não nos colocamos uns na frente dos outros, mas lado a lado, na mesma direção. Isso parece muito importante: precisamente essa direção comum para ver todos os cristãos de diferentes Confissões. Esta é a perspectiva da oração daquela manhã. Somente se olharmos juntos nessa direção, teremos também mais facilidade em olhar uns para os outros, lidar com certas questões com um clima diferente, porque compartilhamos os mesmos fins, os mesmos desejos; e, portanto, isso torna possível encontrar soluções mais conciliatórias.
As pessoas de Bari, esta cidade "Porta do Oriente", como vive o ecumenismo no dia-a-dia, vamos chamá-lo assim?
Existe o microcosmo da Basílica de São Nicolau. Desde 1966, na cripta da Basílica, foi criado um lugar de culto ortodoxo - uma pequena capela - agora insuficiente para o número de ortodoxos que vêm para Bari; então eles também celebram no altar, no túmulo de São Nicolau. Então, quando alguém de Bari vai até a cripta de São Nicolau, vê ao lado dele um fiel ortodoxo - e o reconhece pelas vestes, pelo modo que reza, pela maneira que faz o sinal da cruz – que está rezando junto com ele. E isso realmente cria um microcosmo de oração ecumênica. Depois, como segundo aspecto, existe o fato de que no decorrer dos anos várias igrejas católicas foram confiadas à administração de algumas comunidades ortodoxas para seus cultos, para suas necessidades. Então, é bonito que na manhã de domingo, pelas ruas da cidade antiga de Bari, seja possível cruzar com os diversos irmãos de diferentes denominações, cada um que se dirige para a própria igreja para a liturgia. E isso cria uma bonita atmosfera de festa.
O senhor gostaria de acrescentar alguma expectativa pessoal sobre a peregrinação do Papa Francisco....
Sempre nos colocamos nas mãos de Deus, todos os dias. O importante é ter encontrado uma direção comum onde caminhar, e acho que o Papa realmente tenha sido inspirado pelo Espírito Santo para um encontro deste gênero. Caminhando juntos, então, se abre o caminho e as perspectivas do ano; estou confiante nisso: na fé. Eu não sei de que forma, eu não sei como, mas estou confiante de que algo vai acontecer.
Fonte: Vatican News.
 
 

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