quinta-feira, 23 de agosto de 2018
AMAZÔNIA SONHA UMA IGREJA SERVIDORA E SAMARITANA, QUE ACOLHA E DIGNIFIQUE
Igreja
na Amazônia encerra Encontro em Manaus divulgando uma carta apontando os
próximos desafios a enfrentar. Conosco, o arcebispo de Porto Velho, Dom Roque
Paloschi.
Cristiane Murray –
Manaus
Depois de três dias vividos em muita comunhão, os bispos e
representantes de circunscrições eclesiásticas de toda a região encerraram o III
Encontro da Igreja na Amazônia brasileira nesta quinta-feira (23/08)
aprovando uma carta final.
Por um lado, concluem com alegria e esperança que a Igreja
Católica na Amazônia está solidária com seus povos e dando passos decisivos
para a concretização do Sínodo, a se realizar em outubro de 2019.
Por outro, lamentam os efeitos dos grandes projetos, do
desmatamento, das ameaças constantes à grande floresta, às nossas águas e à
sobrevivência dos habitantes da região, sobretudo os povos tradicionais.
Sublinham ainda as sequelas da degradação da condição humana, a violência que
cresce a cada dia, a proliferação do narcotráfico e do tráfico de pessoas.
Soluções diferenciadas para a Amazônia
Como pastores, reiteram a necessidade de atender e acompanhar
pastoralmente as comunidades que têm direito de serem alimentadas pelo pão da
Eucaristia, da Palavra e pelos sacramentos. E pedem soluções diferenciadas e
adequadas às características regionais.
O Presidente do Conselho Indigenista Missionário, Dom
Roque Paloschi, comenta ao Vatican News suas
impressões finais:
“Encerramos com um espírito de gratidão e alegria. Temos que
confiar nos passos de nossas comunidades, dos pobres da terra e no sonho de uma
vida em harmonia e de respeito com a Criação e com aqueles que são diferentes,
na certeza de que é o Espírito que nos conduz.
Oportunidade única, agir sem medo
“Senti nos bispos um entusiasmo incontido, porque sabem que é um
momento muito especial na vida da nossa Igreja”.
“É um caminhar que teve início antes do Concílio Vaticano II,
que teve continuidade com Medellín, no encontro de Santarém e assim por diante,
e que agora tem esta culminância com o Sínodo da Amazônia, pedido pelos bispos
e convocado de maneira surpreendente pelo Papa Francisco. Não
esperávamos um olhar tão amoroso pela região amazônica, que pudemos sentir em
janeiro quando esteve em Puerto Maldonado”.
O sonho de uma Igreja amazônica
“Sonhamos uma Igreja servidora, samaritana, capaz de acolher os
sonhos e esperanças dos pobres desta terra. Uma Igreja capaz de respeitar as
culturas, as espiritualidades, que saiba valorizar a presença da mulher, a
presença dos jovens, dos idosos, uma Igreja que tenha coragem de ficar do lado
dos pobres e defender a Criação com eles”.
“Sonhamos uma Igreja que não se curve diante dos poderosos, mas
uma Igreja profética, que tenha uma palavra para dizer nesta hora de
crise".
“ Temos o dever de caminhar sem medo porque é o Espírito
que nos conduz ”
Tanto sangue derramado neste chão amazônico não foi em vão, mas
para que a Igreja não perca esta memória”.
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