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D,Reginaldo andrietta, Bispo de Jales-SP |
A
população brasileira está ansiosa por dias melhores. As insatisfações com a
gestão pública, especialmente federal, se acumulam. A reprovação popular ao
atual governo é altíssima. Alguns setores demandam soluções antidemocráticas.
Por isso, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sua Mensagem
ao Povo Brasileiro, no último dia 17 de abril, lançou um apelo ao bom senso,
afirmando a importância da normalidade democrática para superar a crise
institucional vigente, portanto, eleições diretas e limpas.
A
CNBB diz que “é imperativo assegurar que as eleições sejam realizadas dentro
dos princípios democráticos e éticos para que se restabeleçam a confiança e a
esperança tão abaladas do povo brasileiro”. É evidente que as eleições, por si
só, não garantirão novos rumos ao país, sobretudo se a classe trabalhadora se
tornar menos ainda representada no Congresso Nacional. Por isso, os cidadãos,
especialmente da classe trabalhadora, têm o desafio de participar nessas
eleições, conscientes das implicações de suas escolhas.
Mas,
restam preocupações. Além do desconhecimento da população sobre os reais
propósitos e compromissos dos partidos políticos e seus candidatos, as eleições
parecem resumir-se ao executivo. O legislativo, no entanto, é de suma
importância, sobretudo o Congresso Nacional. Por isso, diversas organizações
democráticas lançaram uma grande mobilização nacional chamada “Um Novo
Congresso”, que está alertando os cidadãos sobre a importância de estarem
atentos, também, aos candidatos a deputados e senadores.
“Nosso horizonte é a Constituição”,
diz seu manifesto, compreendendo por isso “um Brasil justo, igualitário,
democrático e respeitoso dos direitos humanos”, bem como “um governo ético e
não de oportunistas gananciosos; uma administração pública avessa à corrupção;
políticas públicas visando elevar os níveis de vida e de participação das
grandes maiorias, de exercício da iniciativa e da soberania popular nas
decisões, de proteção de nossos recursos naturais e de inserção soberana no
concerto das nações”.
A
soberania do país está realmente em questão. O governo atual, respaldado pela
maioria dos congressistas, submeteu o país aos interesses de grandes grupos
econômicos. A privatização de setores estratégicos da economia, em favor de
empresas estrangeiras, são exemplos desse “entreguismo”. A adoção de juros
elevados e a redução de dinheiro em circulação, afetam negativamente a
produção, o consumo, o emprego e as políticas sociais. Os recursos
supostamente economizados são canalizados ao setor financeiro.
Para
quê? Para pagar a dívida pública. Como? O Estado entrega títulos da dívida
pública a seus credores, especialmente bancos estrangeiros, pagando-lhes juros
sobre juros. Isso é o mesmo que usar um cartão de crédito para cobrir outro
cartão de crédito. Essa dívida representa este ano 87% do Produto Interno Bruto
e 45% do orçamento da Nação. Isso é um absurdo para um país com enorme
necessidade de desenvolvimento econômico e social.
Como
mudar esse mecanismo perverso? A “Auditoria Cidadã da Dívida Pública” é um
primeiro passo. O Congresso atual resiste em fazê-la. Um “Novo Congresso”,
comprometido com um Brasil verdadeiramente democrático, poderá afrontar esse e
outros desafios. Como conseguir esse Congresso e novos rumos para o país?
Haveria melhor opção do que escolher candidatos que realmente lutam em favor da
classe trabalhadora, cobrar coerência em suas atuações e orar para que Deus nos
mantenha fiéis nessa mesma luta?
Fonte: cnbb.net.br
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