Concluída
a fase das convenções partidárias e do registro das candidaturas no último dia
15 de agosto, os candidatos, em todos os níveis, já estão autorizados pela
Justiça Eleitoral a fazer propaganda, como comícios, carreatas, distribuição de
material gráfico e propaganda na internet (desde que não paga). A propaganda
eleitoral gratuita no rádio e na televisão terá início em 31 de agosto e
término no dia 4 de outubro, período reduzido de 45 para 35 dias.
Neste
cenário de disputa dos votos e da consciência do eleitorado brasileiro, o
arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, acredita ser indispensável estar atento
às propostas de cada candidato ou candidata e ao programa do seu partido. “É
preciso saber como os candidatos pretendem responder concretamente aos
problemas sofridos pela população, pois não bastam promessas ou discursos
genéricos. É preciso considerar a atuação política passada de cada um”, disse.
Em
função disto, a CNBB confirmou para o dia 20 de setembro, às 21h30, o “Debate
Aparecida”, que reunirá candidatos à Presidência da República para as eleições
de 2018. O projeto, organizado e gerado pela TV Aparecida, acontece no
Santuário Nacional, na arena do Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de
Almeida.
Para
o presidente da CNBB, os debates podem colaborar bastante para um conhecimento
crítico dos candidatos, ouvindo o que eles mesmos têm a dizer. “O debate é um
instrumento a ser valorizado, apesar das suas limitações. Neles, pode-se
conhecer melhor não apenas as propostas dos candidatos, mas as suas posturas e
opiniões sobre diversos assuntos. Na medida em que contribuem para o exercício
responsável do voto, os debates ajudam muito a construir uma sociedade
democrática”, disse.
O
cardeal, contudo, aponta qual o tom quer ver no debate promovido pela CNBB:
“Não queremos ver a polêmica ofensiva, pois já estamos fartos de tanta
agressividade. As ações políticas e propostas devem marcar os debates e não os
ataques pessoais entre candidatos. O diálogo e o respeito ao outro que pensa
diferente são muito necessários, neste período eleitoral, da parte dos
candidatos e também dos eleitores’, disse.
Foco no Legislativo – Para o presidente da CNBB, é importante conhecer não
apenas os candidatos aos cargos do poder Executivo, como presidente e
governadores, mas também os candidatos ao Legislativo. “A atuação deles nas
câmaras legislativas tem um papel fundamental na elaboração das leis, aprovação
das políticas públicas e na superação dos problemas sociais”, avaliou.
Dom
Sergio reforça que, neste período eleitoral, é preciso redobrar a prudência em
relação às notícias ou comentários sobre candidatos, principalmente nas redes
sociais. “O papel das redes sociais tende a crescer nestas eleições. É cada vez
maior o risco de informações falsas ou de notícias distorcidas para prejudicar
ou favorecer candidatos. E se a informação recebida for condicionar o voto,
torna-se ainda mais necessário verificar o que se diz. Em qualquer situação, é
preciso verificar as fontes e não compartilhar informações duvidosas”, disse.
Segundo
o cardeal, ao invés da indiferença ou da rejeição frente às urnas, a atitude do
cristão deve ser de participação responsável na vida política através do voto.
“Apesar de tantos problemas, a política desempenha um papel fundamental na
democracia”, disse. Para ele, as eleições representam uma oportunidade especial
de definir os rumos da política. “O eleitor deve ser o primeiro a valorizar o
seu papel e o seu voto”, alerta.
A Rede Aparecida de Comunicação (Rádio e TV e Portal A12.com) fará
transmissão simultânea pelas emissoras de rádio e televisão católicas, além
de portais de internet. É a segunda vez que a emissora católica, a pedido da
CNBB, organiza e transmite um debate de presidenciáveis. A primeira ocorreu
no pleito eleitoral de 2014, quando os políticos tiveram a possibilidade de
apresentarem suas ideias aos eleitores.
O debate eleitoral será mediado por um jornalista e tem previsão de
duração de 2 horas. Algumas perguntas apresentadas aos políticos serão
sorteadas, outras feitas por bispos da CNBB e jornalistas previamente inscritos.
Também estão previstas perguntas entre os próprios candidatos. Réplicas e
tréplicas serão permitidas em alguns momentos. O debate da TV Aparecida terá
cinco blocos.
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