No segundo domingo do mês de agosto
festejamos nossos pais. Quanta gratidão deve ser manifestada neste dia. Tudo o
que fizermos será sempre e unicamente um sinal que quer reconhecer o imenso
amor que os pais têm por sua família. Neste contexto, entre os dias 12 e 18 de
agosto será celebrada em todo o Brasil a Semana Nacional da Família, evento
promovido pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e Comissão
Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da CNBB, que tem como tema “O
Evangelho da Família, alegria para o mundo”.
Famílias bem constituídas e felizes
são um bem não somente para si mesmas, mas fonte de alegria para o mundo, fazem
nossa sociedade ser mais humana. Nós, católicos, temos uma grande contribuição
a oferecer a toda a humanidade com o modo como compreendemos a família. A
família tem a ver com nossa fé em Jesus Cristo e nosso vínculo com a Igreja.
Parte do batismo e se concretiza com a celebração do sacramento do matrimônio.
É uma vocação. Como todas as vocações não se trata somente de uma escolha
pessoal, mas exige um processo de discernimento diante de Deus. “A decisão de
casar e formar uma família deve ser fruto de um discernimento vocacional”
(Francisco, Amoris Laetitia, 72). Numa
sociedade secularizada, muitos batizados não conseguem ver claro o sentido, a
necessidade e o imenso bem do sacramento do matrimônio para os casais iniciarem
a vida familiar. Por isso, percebe-se a importância “de uma radicação da
preparação para o matrimônio no caminho da iniciação cristã, sublinhando o nexo
do matrimônio com o batismo e os outros sacramentos” (Francisco, Amoris Laetitia, 206).
A partir deste caminho de fé, numa
comunidade cristã, num grupo de jovens, com o auxílio dos pais e, até, de um
diretor espiritual, os jovens namorados conseguem fazer a leitura de sua vida
com a presença de Cristo Ressuscitado que vai, com a luz do Espírito Santo,
iluminando o seu caminho. O amor que os une e que um dia será a base da sua
aliança matrimonial é sinal do amor fiel de Jesus Cristo pela sua Igreja, a
cada um de nós. Com esta convicção, como nos ensina nosso Papa, “o Sacramento
do Matrimônio não é uma convenção social, um rito vazio ou o mero sinal externo
de um compromisso. O sacramento é um dom para a santificação e a salvação dos
esposos” (Amoris Laetitia, 72). A comunhão de amor humano que
está na base do sacramento do matrimônio é habitada pela presença de Deus. É um
vínculo habitado pelas bênçãos de Deus e renovado a cada dia com uma vida de
oração. Nunca estarão sozinhos, mas poderão contar sempre com a presença do
Senhor que acompanha a vida real, concreta, com suas alegrias, sofrimentos e
propósitos diários.
Por isso, quando ocorre um processo
de discernimento e amadurecimento, baseado num caminho de fé e, após,
celebra-se o sacramento do matrimônio, a vida familiar inicia com uma base
sólida, para ser fonte de alegria para si e para o mundo. “Se a família
consegue concentrar-se em Cristo, Ele unifica e ilumina toda a vida familiar.
Os sofrimentos e os problemas são vividos em comunhão com a Cruz do Senhor e,
abraçados a Ele, pode-se suportar os piores momentos” (Francisco, Amoris Laetitia, 317). A certeza da presença do Senhor
pelo sacramento celebrado e pela graça inesgotável que ele oferece, dá a
coragem para viver um amor exclusivo e fiel por toda vida, pois “quem não se
decide a amar para sempre, é difícil que possa amar deveras um só dia” (São
João Paulo II, 1987).
De maneira simples, a Pastoral
Familiar sugere que cada lar tenha um pequeno “santuário familiar”, como sinal
visível de nossa fé. É um espaço para colocar a cruz de Cristo, a Palavra de
Deus, uma imagem de Nossa Senhora, o rosário, a foto da família e a água benta.
E lembrar-se todos os dias de ler e meditar a Palavra.
Parabéns a todos os pais neste dia a
vocês dedicado. Deus Pai vos abençoe.
Dom Adelar Baruffi
Bispo de Cruz Alta
Fonte: cnbb.net.br
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