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Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG) |
O sentido verdadeiro da vida humana
está fundamentado na capacidade de relacionamento realizado pelas pessoas no contexto
de sua vida cotidiana. Muito mais quando cada indivíduo tem consciência de que
a sua existência, além de ser um dom, é uma grande benção. O aspecto social
próprio de todo ser humano habilita as pessoas para uma convivência e um
relacionamento feliz e fraterno.
Essa relação fraterna na convivência
se eterniza na relação com Deus, fazendo com que o amor provoque capacidade de
doação e de encontros com laços bem concretos. É justamente desse clima livre e
consciente que as pessoas conseguem experimentar, “na pele” a verdadeira
felicidade. Significa um amor fecundo, aquele que consegue superar todo tipo de
egoísmo e individualismo.
A vida humana quando é assumida com
responsabilidade e administrada com bons relacionamentos, ela consegue
proporcionar inúmeras situações maravilhosas de alegria e serenidade. É muito
bom viver, mas viver construindo sempre esperança, vida nova com dignidade e a
pessoa sendo bem vista pelos de seu tempo. Os maus relacionamentos desautorizam
uma vida feliz e saudável.
Na história das comunidades nós
encontramos pessoas que foram modelos de convivência. O exemplo da vida de
Jesus Cristo foi marcante. Para Ele todos eram valorizados como pessoas. Não
fazia distinção entre os pobres e os ricos, apesar de chamar a atenção dos
ricos e de ter um carinho todo especial e comprometedor com os pobres, os
deficientes e os abandonados de seu tempo.
Devemos entender a boa convivência,
as relações fraternas, que normalmente deixam marcas para a posteridade, como
fruto da honestidade em relação ao outro. Faltando essa prática as pessoas
ficam inseguras e com o futuro ameaçado. Na dimensão de Brasil, o país vive a
grave crise da insegurança, da desconfiança, porque a violência está presente
em todos os ambientes da sociedade.
Nas relações humanas e na convivência comunitária, que deve expressar também uma relação com Deus, é improdutivo fazer acepção e separar as pessoas. É o que vemos na Carta de São Tiago, quando ele cita textos bíblicos falando que Deus não age dessa forma, com discriminação (cf. Dt 10,17; Rm 2,11). O encontro com Deus dá sentido à nossa vida e aos nossos valores fundamentais.
Fonte:cnbb.net.br
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