terça-feira, 2 de outubro de 2018
DIA INTERNACIONAL DA NÃO-VIOLÊNCIA: DE GHANDI A PAPA FRANCISCO
A Não-Violência é uma das maiores
esperanças. Para Ghandi é a força mais poderosa que existe a disposição do ser
humano. Para Papa Francisco é um estilo para uma política de paz
Cidade do
Vaticano
O Dia Mundial
da Não-Violência foi criado pela ONU e é comemorado anualmente no dia
2 de outubro. Esta data, foi criada em homenagem pacifista Mahatma
Gandhi, um dos principais representantes na luta pelo pacifismo e no
respeito dos direitos humanos e da justiça. A ideia é conscientizar a população
sobre a possibilidade da resolução de questões e embates com a não-violência,
seguindo um caminho de paz e respeito entre as pessoas, mesmo que estas tenham
ideias diferentes.
Ghandi e Martin
Luther King
Hoje as palavras de
paz de Ghandi ressoam em todo o mundo: “Oponho-me à violência – dizia - porque,
quando ela parece produzir o bem, o bem é apenas temporário; enquanto que o mal
produzido é permanente”. Ghandi dizia também que “A não-violência é a maior
força que existe a disposição do ser humano. É a mais poderosa do que qualquer
arma de destruição inventada, por mais sofisticada que seja”. O pensamento de
Ghandi, que ainda hoje é fonte de inspiração dos movimentos não-violentos,
une-se a muitas outras vozes da paz. Entre elas, uma das mais emblemáticas, é a
de Martin Luther King: as armas mais poderosas, afirmava, são as do amor.
“ Na base do
nosso credo não violento – dizia Martin Luther King – há a convicção de que há
coisas tão preciosas e eternamente verdadeiras pelas quais vale a pena morrer.
Um homem morre quando deixa de lutar por aquilo que é justo ”
Não violência:
estilo de uma política pela paz
Para Papa Francisco a
não-violência é principalmente um estilo para uma política de paz. Na mensagem
para o Dia Mundial da Paz de 2017 escreve:
“ As políticas de não-violência devem começar dentro das paredes
de casa para, depois, se difundir por toda a família humana ”
“Sejam a caridade e a
não-violência - continua o Papa - a guiar o modo como nos tratamos uns aos
outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais”. Para o Pontífice
testemunhar a não-violência significa abrir um caminho de reconciliação:
“quando sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem
ser os protagonistas mais credíveis de processos não-violentos de construção da
paz”. Na mensagem o Papa exprime-se dizendo “desde o nível local e diário até
ao nível da ordem mundial, possa a não-violência tornar-se o estilo
característico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas
ações, da política em todas as suas formas”. A violência – recorda Francisco –
não é remédio para o nosso mundo dilacerado:
“ Responder à
violência com a violência leva, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e
a atrozes sofrimentos, porque grandes quantidades de recursos são destinadas a
fins militares e subtraídas às exigências do dia-a-dia dos jovens, das famílias
em dificuldade, dos idosos, dos doentes, da grande maioria dos habitantes da
terra ”
Só o amor supera
o mal
Portanto a
não-violência não è passividade, mas disponibilidade a dobrar-se para curar as
feridas do mundo. E este foi o caminho percorrido pela Madre Teresa,
proclamada santa em 4 de setembro de 2016 pelo Papa Francisco. Em 1979 ao
receber o prêmio Nobel da Paz pronunciou estas palavras:
“ Nós não precisamos de bombas e armas para trazer a paz,
precisamos de amor e compaixão. Amando-nos reciprocamente, levamos a paz, a
alegria, a força da presença de cada um em casa. Assim podemos superar todo o
mal que há no mundo”
Na ocasião, Madre
Teresa indica o lugar para começar a levar a paz: “O amor – afirma – começa em
casa, e não sobre o que nós fazemos, mas quanto amor colocamos nessa ação”.
Paz nos corações
A não-violência é uma arma poderosa, um estilo, um caminho que
requer muito mais coragem do que o da violência. E, como recordou Papa
Francisco, deve ser custodiada seguindo as indicações de São Francisco: “A paz
que anunciais com a boca, mais deveis tê-la em vossos corações”
Fonte: Vatican News
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