quarta-feira, 3 de outubro de 2018
PAPA ABRE O SÍNODO DOS JOVENS: QUE O ESPÍRITO NOS DÊ A CAPACIDADE DE SONHAR
Na Praça S. Pedro, o Papa Francisco
presidiu à missa de abertura da XV Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos e
pediu aos 266 Padres sinodais que reavivem a própria paixão por Jesus.
Manoel Tavares-
Cidade do Vaticano
O Santo Padre presidiu
esta manhã (03/10), na Praça São Pedro, à solene celebração da Santa Missa por
ocasião da inauguração do Sínodo dos Bispos, que se realiza no Vaticano de 3 a
28 do corrente, sobre o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
O Papa iniciou sua
homilia com o trecho do Evangelho de São João, que diz: “O Espírito Santo, que
o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará tudo e recordará tudo o que Eu lhes
disse”.
Desta maneira tão
simples, - disse o Papa - Jesus oferece aos seus discípulos a garantia de que o
Espírito Santo os acompanhará em toda a sua obra missionária. O Espírito do
Senhor é o primeiro a guardar e manter sempre viva e atual a memória do Mestre
no coração dos discípulos e faz com que a riqueza e beleza do Evangelho sejam
fonte de constante alegria e novidade. E Francisco exortou os presentes:
“No início deste
momento de graça para toda a Igreja, em sintonia com a Palavra de Deus, peçamos
insistentemente ao Paráclito que nos ajude a trazer à memória e reavivar as
palavras do Senhor, que faziam arder o nosso coração. Memória para que possa
despertar e renovar em nós a capacidade de sonhar e esperar. Os jovens serão
capazes de profecia e visão, na medida em que nós, adultos ou idosos, formos
capazes de sonhar, contagiar e partilhar os nossos sonhos e esperanças”.
Sonhos e esperanças
O Santo Padre
expressou seu desejo de que “o Espírito do Senhor nos dê a graça de sermos
Padres sinodais, ungidos com o dom dos “sonhos e da esperança”, para podermos
ungir os jovens com o dom da profecia e da visão; possa dar-nos a graça de
sermos memória atuante, viva e eficaz, que não se deixa sufocar e esmagar pelos
falsos profetas, mas levar a inflamar o coração e discernir os caminhos do
Espírito. E acrescentou:
“É com esta
disposição de dócil escuta da voz do Espírito que viemos aqui, de todas as
partes do mundo. Hoje, pela primeira vez, estão conosco também dois irmãos
Bispos da China continental, a quem damos as nossas calorosas boas vindas. Com
a sua presença, a comunhão de todo o Episcopado, com o Sucessor de Pedro, torna-se
ainda mais visível”.
Dilatar os corações
Ungidos com a
esperança, - disse Francisco - começamos um novo encontro eclesial, capaz de
ampliar os horizontes, dilatar os corações e transformar as estruturas, que
hoje nos paralisam, dividem e afastam dos jovens, deixando-os expostos às
intempéries e órfãos de uma comunidade de fé que os apoie, de um horizonte de
sentido e de vida. A esperança interpela-nos, destronca o conformismo e nos
convida a trabalhar contra a precariedade, exclusão e violência, às quais está
exposta a nossa juventude. E falando dos jovens, o Papa disse:
“Os jovens, fruto
de muitas das decisões tomadas no passado, exortam-nos a cuidar do presente,
com maior esforço e com eles, a lutar contra tudo aquilo que impede a sua vida
de crescer com dignidade. Pedem-nos e exigem-nos uma dedicação criativa, uma
dinâmica inteligente, entusiasta e cheia de esperança, e que não os deixemos
sozinhos nas mãos de tantos traficantes de morte que oprimem a sua vida e
obscurecem a sua visão”.
Sob a proteção de
Maria
O dom da escuta
sincera deve ser livre de preconceitos para entrarmos em comunhão com as
diferentes situações do Povo de Deus, sem cairmos na tentação de certos
moralismos, elitismos e de ideologias abstratas. E o Papa convidou os Padres
Sinodais, dizendo:
“Irmãos,
coloquemos este tempo sob a proteção materna da Virgem Maria, mulher da escuta
e da memória, para que nos guie no reconhecimento dos vestígios do Espírito, a
fim de que, entre sonhos e esperanças, possamos acompanhar e encorajar nossos
jovens para que não cessem de profetizar”.
Neste sentido,
Francisco recordou que, ao término do Concílio Vaticano II, os Padres
Conciliares dedicaram a sua última mensagem aos jovens: «A Igreja, durante
quatro anos, trabalhou para um rejuvenescimento do seu rosto, para melhor
responder à intenção do seu fundador, Cristo, o eterno jovem... É especialmente
para os jovens que a Igreja acende, neste Concílio Ecumênico, uma luz, que
iluminará o futuro da juventude. A Igreja espera que a sociedade respeite a
dignidade, a liberdade, o direito sobretudo dos jovens».
Francisco concluiu sua
homilia exortando os Padres Sinodais e representantes da Igreja no mundo, a
alargar seus corações, a escutar o apelo do Povo de Deus e a colocar suas
energias a serviço da juventude:
“Lutem contra
todo o egoísmo. Rejeitem dar livre arbítrio aos instintos da violência e do
ódio, que geram guerras e suas consequentes misérias. Sejam generosos, puros,
respeitadores, sinceros. Construam, com entusiasmo, um mundo melhor, que o dos
seus antepassados. Padres sinodais, a Igreja olha para vocês com confiança e
amor.”
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