sexta-feira, 9 de novembro de 2018
PROCESSOS DE ESCUTA RUMO AO SÍNODO 2019 SE INTENSIFICAM, NA REGIÃO AMAZÔNICA, EM NOVEMBRO
Na Região Amazônica, neste mês de
novembro, aconteceram vários processos de escuta em preparação ao Sínodo da
Amazônia, programada para 2019, cujo tema é: “Amazônia: novos caminhos para a
Igreja e uma ecologia integral”. Nas últimas semanas, aconteceram atividades no
Amazonas, em Roraima, no Maranhão, Pará e Amapá. Um deles foi realizado dias 3
e 4/11 na aldeia Tarumã e Juçarau, na terra indígena Arariboia, no município de
Amarante (MA).
As movimentações de escutas e
assembleias territoriais em vista do Sínodo para a Amazônia continuam ocorrendo
em toda a região. No último final de semana, aconteceram atividades no
Amazonas, em Roraima, no Pará e no Amapá. Os encontros são voltados para
reflexão e resposta ao questionário sobre o tema da assembleia sinodal extraordinária
do próximo ano: “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia
integral”.
Na escuta, realizada pela equipe da
Repam-Brasil, o cacique Tomaz da Silva Guajajara, falou da importância da
presença da Igreja Católica na aldeia. “Nós índios Guajajara precisamos sim da
Igreja Católica retornar o mais rápido possível dentro de nossas terras
trazendo projetos, trazendo a Palavra de Deus, construindo Igrejas”, disse.
O cacique citou dois problemas
enfrentados por seu povo: a invasão de madeireiros e a atitude de igrejas que
chegam ao local e inibem as tradições culturais que a tribo carrega na sua
história. “E a Igreja católica nos aceita do jeito que nós somos”, disse.
Durante a escuta, também foram
manifestadas preocupações com a casa comum. Os índios guajajara pediram auxílio
da Igreja para não deixar “as coisas que Deus fez acabarem”. Também falaram das
ameaças sofridas e ressaltaram a dedicação do papa Francisco com a região
Amazônica.
Himaíra Guajaraja, parteira
indígena, manifestou preocupação com a juventude. Ela pediu que a presença
eclesial seja de incentivo aos jovens, que são o futuro: “Queria que
incentivasse a participar de reuniões e fazer um pequeno projeto com eles
porque está tendo muita droga e bebida alcóolica”, disse.
Na diocese de Imperatriz/MA, à qual
pertencem as comunidades de Amarante, há a preparação da Pastoral Indigenista,
que deve dar mais atenção à realidade indígena, em sintonia com o Sínodo, que
busca para a Amazônia “novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia
integral”.
Roraima –
Católicos das realidades urbanas, ribeirinhos, indígenas e migrantes estiveram
reunidos em Boa Vista (RR) entre nos dias 2 e 4/1, para a Assembleia
pré-sinodal Diocesana. A colaboradora Márcia de Oliveira, assessora da Rede
Eclesial Pan-Amazônica/Repam-Brasil, compartilhou com o grupo o que foi
recolhido nos encontros promovidos na preparação para esta assembleia
diocesana. É tempo de identificar os rostos dos povos da Amazônia dentro da
Igreja da região. O irmão Danilo Bezerra indica que é tempo de identificar os
rostos dos povos da Amazônia dentro da Igreja da região. “Vivemos um tempo de
escutar e perguntar sobre qual é o tipo de Igreja queremos na Amazônia?”.
Segundo ele, busca-se uma Igreja indígena, ribeirinha e também de pequenos
agricultores. O irmão marista destaca a beleza do processo e a força dos gritos
e clamores escutados na assembleia. A escuta buscou seguir o método ver,
discernir e agir, presente no desenvolvimento de todo o processo sinodal na
diocese de Roraima. O método busca gerar compromissos, tanto no nível local,
como também propostas para o Sínodo sobre a Pan-amazônia em 2019.
Amazonas –
Em Manaus cerca de 100 religiosos salesianos e leigos que atuam nas missões da
Congregação, participaram do Encontro Pan-Amazônico Salesiano com o tema: “O
Sínodo nos interpela”. Além dos brasileiros, representantes de outros países
participaram: Equador, Peru, Bolívia, Venezuela, México, Paraguai e Colômbia.
Também participaram representantes do governo geral da congregação dos
Salesianos de Dom Bosco e das Filhas de Maria Auxiliadora. Os salesianos estão
há mais de cem anos na região amazônica e hoje contam com cerca de 200
religiosos em 37 comunidades. O padre salesiano Justino Sarmento Rezende é o
único indígena que faz parte do Conselho Pré-sinodal. Durante o encontro,
provocou seus pares a partir da indicação do papa Francisco “para fazer
propostas corajosas”. Padre Justino insistiu que “o Sínodo deve ser realizado
para e com o povo de Deus na Amazônia”.
Amapá –
No sul do Amapá, onde se encontra o Vale do Jari, foram realizados um encontro
e uma Roda de Conversa na preparação do Sínodo para a Amazônia. No sábado,
3/11, em Vitória do Jari e no domingo, 4/11, em Laranjal do Jari. Veramoni
Coutinho e Benedito de Queiroz Alcântara, membros da equipe formativa da escola
de Fé e Cidadania da diocese de Macapá, partilharam a caminhada que estão
realizando por toda a diocese na preparação do Sínodo Especial para a Amazônia.
“Lideranças pastorais das duas paróquias acolheram com generosidade e
suscitaram inúmeras perguntas a partir do texto-cartilha e das exposições
realizadas. O sul do Amapá vai chegar no Encontrão, em Macapá, com toda garra e
bons indicativos. Ninguém quer ficar de fora”, enfatizou Benedito.
Com informações da Repam Brasil
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