Mais uma “abominação da desolação”, como disse Jesus no Evangelho de Marcos, referindo se aos absurdos nascidos das ganâncias e descasos com o outro, com a verdade e com o bem de todos: mais uma barragem rompida em Minas Gerais, agora em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Arquidiocese de Belo Horizonte une-se a cada um dos atingidos, compartilhando suas dores. Nossas comunidades de fé, especialmente às que servem ao Vale do Paraopeba, estejam juntas, para levar amparo, ajuda, a todos que sofrem diante de tão lamentável tragédia.
Os
danos humanos e socioambientais são irreparáveis e apontam para uma urgência,
já tão evidente: é preciso repensar modelos de desenvolvimento que
desconsideram o respeito à natureza, os parâmetros de sustentabilidade.
Uma triste coincidência: nesta sexta-feira, dia 25, quando uma barragem se
rompe no coração da nossa amada Brumadinho, entrou em pauta, no Conselho da
Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, autorização
para a retomada da mineração na Serra da Piedade. Uma tragédia se efetiva e
outra se anuncia.
A
Arquidiocese de Belo Horizonte defende, incansavelmente, de modo inegociável, a
natureza, obra do Criador, compreendendo que o ser humano, as plantas e os
animais devem viver em completa harmonia, pois são todos habitantes do planeta,
a Casa Comum.
Rezemos
pelas vítimas desta tragédia, unidos ao coração de cada pessoa e de todas as
famílias que sofrem, renovemos, mais uma vez, o nosso compromisso com a
solidariedade. É urgência minimizar a dor dos atingidos por mais esse desastre
ambiental, sem se esquecer de acompanhar, de perto, a atuação das autoridades,
na apuração dos responsáveis por mais um triste e lamentável episódio, chaga
aberta no coração de Minas Gerais. A justiça seja feita, com lucidez e sem
mediocridades que geram passivos, com sentido humanístico e priorizando o bem
comum, com incondicional respeito e compromisso com os mais pobres. Minas
Gerais está de luto.
Arcebispo de Belo Horizonte
NOVAMENTE A VALE CONTINUA MATANDO OS POBRES. ATÉ QUANDO? É PRECISO MORRER ALGUÉM RICO PARA QUE O PODER JUDICIÁRIO FUNCIONE
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