MISSA DE ENVIO, PAPA AFIRMA: "JOVENS, VOCÊS SÃO O 'AGORA' DE DEUS!"
Missa de envio 600 mil pessoas participaram (Vatican media)
Na missa de envio da JMJ do Panamá,
Francisco alertou os jovens para o risco de pensar que a vida seja uma promessa
que vale só para o futuro, que nada tem a ver com o presente.
Cristiane Murray
- Cidade do Vaticano
Na mesma esplanada que
acolheu 600 mil jovens para a festa da Vigília na noite anterior, o Papa celebrou
na manhã deste domingo (27/01) a missa campal de envio da edição panamenha da
Jornada Mundial da Juventude.
Chegando em papamóvel
ao Metro Park, Francisco foi recebido pelo Arcebispo de
Panamá, Dom José Domingo Ulloa Mendieta, e com ele a bordo,
prosseguiu entre os fiéis até a Sacristia do Campo São João Paulo II. Telões
foram instalados em pontos estratégicos do campo para uma melhor visibilidade
das 600 mil pessoas presentes. Na área destinada às autoridades, estavam os
presidentes de 5 países latino-americanos: Costa Rica, Colômbia, Guatemala, El
Salvador e Honduras, além do português Marcelo Rebelo de Souza.
Jesus e o ceticismo da
comunidade
Em sua homilia, o Papa
refletiu sobre ‘o agora de Deus’, tema apresentado no Evangelho de Lucas:
Era o início da missão
pública de Jesus e na sinagoga, circundado por conhecidos e vizinhos, Ele
pronuncia publicamente as palavras “Cumpriu-se hoje”, que significavam a
presença de Deus, o tempo de Deus que torna justos e oportunos todos os espaços
e situações. Em Jesus, começa e faz-se vida o futuro prometido.
Mas nem todos aqueles
que lá O ouviram, se sentiam convidados ou convocados; não estavam prontos para
acreditar em alguém que conheciam e tinham visto crescer e que os convidava a
realizar um sonho há muito aguardado. E o mesmo acontece às vezes também conosco,
explicou o Papa:
“Nem sempre
acreditamos que Deus possa ser tão concreto no dia-a-dia, tão próximo e real, e
menos ainda que Se faça assim presente agindo através de alguém conhecido, como
um vizinho, um amigo, um parente”.
Não subestimar, mas
assumir
De fato, prosseguiu
Francisco, é comum comportarmo-nos como os vizinhos de Nazaré, preferindo um
Deus à distância: magnífico, bom, generoso, mas distante e que não incomode,
porque um Deus próximo no dia-a-dia, amigo e irmão, nos pede para aprendermos
proximidade, presença diária e, sobretudo, fraternidade.
Francisco alertou os
jovens para o risco de pensar que a vida seja uma promessa que vale só para o
futuro, que nada tem a ver com o presente. Como se ser jovem fosse sinônimo de
uma ‘sala de espera’ para o futuro, considerando que o seu ‘agora’ ainda não
chegou; que são jovens demais para se envolverem no sonho e na construção do
amanhã.
Criar um espaço comum
e lutar por ele
A este ponto, o Papa
recordou o recente Sínodo dos Jovens, celebrado em outubro passado, no
Vaticano, destacando como um de seus frutos “a riqueza da escuta entre
gerações, do intercâmbio e do valor de reconhecer que precisamos uns dos
outros; “que devemos esforçar-nos por promover canais e espaços onde nos
comprometamos a sonhar e construir o amanhã, já hoje, unidos, criando um espaço
em comum: um espaço que não nos é oferecido como um presente, nem o ganhamos na
loteria, mas um espaço pelo qual vocês também devem lutar”.
“ Porque vocês,
queridos jovens, não são o futuro, mas o agora de Deus. ”
“Ele os convoca e os
chama, em suas comunidades e cidades, para irem à procura dos avós, dos mais
velhos; para se erguerem de pé e, juntamente com eles, tomar a palavra e
realizar o sonho com que o Senhor os sonhou. Não amanhã; mas agora!”.
A missão com Deus é a
nossa vida
Incitando os jovens a
deixar-se apaixonar por Deus, sentindo que possuem uma missão, Francisco
concluiu sua homilia lembrando que o Senhor e sua missão não são um
‘entretanto’, uma coisa passageira, mas são ‘as nossas vidas’, e que o amor de
Deus é concreto, próximo e real:
“É alegria festiva que
nasce da opção de participar na pesca miraculosa da esperança e da caridade, da
solidariedade e da fraternidade frente a tantos olhares paralisados e
paralisadores por causa dos medos e da exclusão, da especulação e da
manipulação”.
Viver o amor
concretamente
Assim como Maria, que
não Se limitou a acreditar em Deus e nas suas promessas como algo possível, mas
acreditou em Deus e teve a coragem de dizer ‘sim’ para participar neste agora
do Senhor, devemos viver em concreto o nosso amor:
“Que o seu ‘sim’
continue a ser a porta de entrada para que o Espírito Santo conceda um novo
Pentecostes ao mundo e à Igreja” – foram as palavras conclusivas do Papa.
O 'obrigado' do Papa
No final desta
celebração, Francisco agradeceu todas as autoridades civis, o arcebispo de
Panamá e os bispos do país e das nações vizinhas, por tudo o que fizeram em
suas comunidades para dar abrigo e ajuda a tantos jovens. O ‘obrigado’ do Papa
se dirigiu também a todas as pessoas que a apoiaram com a a oração e
colaboraram com dedicação e trabalho na realização da JMJ e principalmente, a
todos os jovens:
“ Sua fé e alegria
fizeram vibrar o Panamá, a América e o mundo inteiro ”
O último pedido a
todos foi para que regressem às suas paróquias e comunidades, famílias e amigos
e transmitam esta experiência, para que outros possam vibrar “com a sua força e
o seu sonho”.
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