terça-feira, 8 de janeiro de 2019
MULHERES CONTINUAM SOB A TUTELA DOS HOMENS NA ARÁBIA SAUDITA
A
Arábia Saudita, um reino ultraconservador que aplica uma versão rigorosa do
Islã.
A condição social das mulheres
na Arábia Saudita voltou às manchetes na imprensa mundial com o caso de uma
jovem saudita que fugiu de sua família e para não ser extraditada para casa, se
entrincheirou em seu quarto de hotel na Tailândia.
O medo de Rahaf Mohammed
Al-Qunun, de 18 anos, ser repatriada à força para o seu país terminou depois
que as autoridades tailandesas decidiram nesta segunda-feira (7) não reenviá-la
"contra a sua vontade" para casa.
A Arábia Saudita, um
reino ultraconservador que aplica uma versão rigorosa do Islã, concede poucos
direitos às mulheres, apesar de uma série de reformas, incluindo uma que
permitiu que as mulheres sauditas dirigissem.
Mas o país não abandonou
o sistema de tutela que faz dos homens o guardião legal das mulheres.
Em 2000, no entanto, o
reino ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra as Mulheres.
Essa tutela, que coloca
a vida cotidiana da mulher nas mãos do homem, é exercida especialmente em cinco
áreas:
Educação
As mulheres devem obter
permissão de seu pai, irmão, marido ou outro responsável legal para ter uma
educação dentro ou fora do país.
Em 11 de julho de 2017,
o ministério da Educação anunciou a introdução da educação física nas escolas
femininas "de acordo com a lei islâmica".
Ele não especificou se
as meninas vão precisar da permissão de seus guardiões para tal educação.
Apesar da relutância dos
clérigos conservadores, a Arábia Saudita tem encorajado as mulheres a se
instruir. O país tem várias universidades reservada às mulheres.
Emprego
As restrições ao
emprego, por um longo tempo sob o sistema de tutela, foram amenizadas nos
últimos anos, quando a Arábia Saudita começou a implementar reformas econômicas
para se livrar de sua dependência do petróleo.
O plano "Visão
2030" do príncipe Mohammed bin Salman, nomeado herdeiro do trono em junho
de 2017, visa aumentar a taxa de mulheres ativas de 22% atualmente para 30% até
2030.
O rei Salman - seu pai -
assinou decretos autorizando as mulheres a obter licenças para abrir negócios online.
Elas agora também podem se juntar à força policial.
Viagens e direção
As mulheres ainda
precisam da permissão de um homem de sua família para renovar o passaporte e
deixar o país.
Mas a maior mudança
ocorreu em 24 de junho de 2018, quando as mulheres assumiram o volante pela
primeira vez na história do reino.
Embora o fim da
proibição de dirigir tenha sido elogiado, vários ativistas dos direitos das
mulheres foram presas na mesma época e colocada atrás das grades.
Algumas delas já faziam
campanha pelo direito de dirigir há anos.
Status pessoal
No sistema de tutela, as
mulheres, de qualquer idade, não podem se casar sem o consentimento de seus
guardiões do sexo masculino. Um homem também pode se divorciar sem o
consentimento de sua esposa.
No domingo, o ministério
da Justiça da Arábia Saudita declarou que os tribunais são agora obrigados a
informar as mulheres por mensagem de texto de seu divórcio.
Essa medida parece ter o
objetivo de conter os casos generalizados de homens que terminam secretamente o
casamento sem informar seu cônjuge.
Espaço público
Em janeiro de 2018, as
mulheres foram admitidas pela primeira vez em alguns setores dos estádios
esportivos.
A Arábia Saudita também
reduziu os poderes de sua famosa polícia religiosa que, por décadas, velou
sobre um código de vestimenta estrito.
Este código proibia as
mulheres de ter os cabelos descobertos ou esmalte nas unhas.
Agora, algumas mulheres
da capital Riad e outras cidades não portam mais o véu em público.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário