sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
BRIEFING ENCONTRO MENORES. CARD. O'MALLEY: O NOSSO FUTURO É A TRANSPARÊNCIA
A denúncia às
autoridades civis em casos de abusos, o caso do ex-cardeal estadunidense
Theodore Edgar McCarrick, a sinodalidade, a responsabilidade do bispo e a
proximidade às vítimas: estes são alguns dos temas no centro do briefing, desta
sexta-feira, realizado no Instituto Patrístico Augustinianum, dedicado ao
encontro sobre "A proteção dos menores na Igreja".
Barbara Castelli - Cidade do
Vaticano
Depois da "terrível crise"
que atingiu os Estados Unidos precisamente por causa das "omissões",
"estamos comprometidos a denunciar sempre" os casos de abuso: "a
transparência representa o nosso futuro, devemos enfrentar os nossos pecados,
não procurar fazê-los desaparecer". O cardeal Seán Patrick O'Malley,
arcebispo de Boston, presidente da Comissão para a Proteção dos Menores e
membro do Conselho dos Cardeais, deixa claro que a colaboração com as
autoridades civis é essencial para "enfrentar e lidar com a traição
cometida contra crianças e adultos vulneráveis".
No segundo “briefing” dedicado ao
Encontro sobre "A proteção dos menores na Igreja", no Instituto
Patrístico Augustinianum, o cardeal assinala também que "no momento
não há nada mais urgente para a Igreja que se unir para individuar o melhor
modo para proteger os menores".
As feridas da aldeia global
Em "nossa aldeia global",
prossegue o capuchinho, "um fato que ocorre em uma parte do mundo tem
consequências para todos": por isso "devemos nos ajudar e nos apoiar
uns aos outros para tornar a Igreja um lugar seguro para todos, especialmente
para as crianças".
No que diz respeito à punição e ao
abandono do ministério por parte de quem se mancha de crimes semelhantes,
falou dom Charles J. Scicluna, arcebispo de Malta, secretário adjunto
da Congregação para a Doutrina da Fé e membro da Comissão Organizadora.
"Aqueles que podem ferir os jovens não devem ser deixados no
ministério", disse ele. A punição pode ser proporcional, mas uma atitude
prudente "é fundamental": "Eu não removo alguém do rebanho para
puni-lo, mas para proteger o rebanho".
A Igreja deve ser “um time”
O arcebispo de Malta evidenciou
também o tema da colegialidade, porque a Igreja “é um time” e ninguém deve ser
deixado sozinho em situações de crise. O que está em andamento nas diferentes
nuances culturais, é uma verdadeira “mudança de mentalidade”, afirmou o cardeal
Blase Joseph Cupich, arcebispo de Chicago e membro do Comissão organizadora.
“Todos iremos embora mudados”,
acrescentou ele, na consciência de que “devemos investir uns nos outros”. O
purpurado agradeceu também as vítimas por sua “coragem” e “testemunho’. “Todos
nós”, prosseguiu, “queremos resultados concretos”, que os bispos sintam a
“responsabilidade” de suas ações.
Uma força tarefa para as pequenas
realidades
O prefeito do Dicastério para a
Comunicação, Paolo Ruffini, tomou parte da coletiva com os jornalistas, junto
com o presidente da Fundação Vaticana Joseph Ratzinger-Bento XVI, pe. Federico
Lombardi, moderador do encontro.
Ruffini ilustrou os muitos temas
debatidos nas últimas 24 horas, em plenário e no âmbito dos círculos menores.
Foi reiterada a importância de “procedimentos claros” a fim de favorecer “uma
redução dos casos de abuso”, a relevância dos leigos, a possibilidade de criar
uma “força tarefa” para ajudar as “Igrejas pequenas” e a promoção de uma
“cultura da denúncia”.
Nos grupos de trabalho foi falado
sobre como “evitar o fenômeno dos seminaristas errantes, excluídos de um
seminário e acolhidos em outro”.
Por sua vez, pe. Lombardi enfatizou
a atmosfera do encontro, “serena, positiva, incluindo a gravidade do tema, sua
seriedade, e dor que isso comporta”. “Eu não sinto tensões na assembleia”,
esclareceu. “Sinto um grande desejo de refletir juntos”.
Fonte: Vatican News
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário