“VISITA DO PAPA A MOÇAMBIQUE SERÁ COMO BÁLSAMO DIANTE DE TANTO SOFRIMENTO”: D. LUIZ LISBOA
Logo da Viagem do Papa a Moçambique.
“A primeira reacção da Igreja em
Moçambique foi de grande júbilo, de grande alegria, por essa notícia, por esse
acontecimento – disse ao Vatican News D. Luiz Fernando Lisboa, Bispo de Pemba e
Secretário da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), a propósito do anúncio
da visita do Papa Francisco a Moçambique, em setembro próximo.
P. Bernardo Suate
– Cidade do Vaticano
Após a visita do Papa
S. João Paulo II ao País há quase 31 anos, vai ser vai ser uma grande alegria
para a Igreja de Moçambique receber o Papa Francisco, assegura D. Luiz,
enfatizando que os cristãos e cristãs que o aguardam poderão ser confirmados na
sua fé, na sua esperança, pois a presença do Papa traz um novo ânimo, um novo
impulso à nossa Igreja, no País.
Daqui até setembro o
tempo é muito pouco, observa o Prelado, que entretanto está convencido que, com
bastante esforço, se pode fazer um bom trabalho e todos farão a sua parte para
que a preparação decorra da melhor maneira. Cada um vai preparar a seu nível e
nós, como Conferência, cada Bispo em sua diocese, vamos nos preparar também,
ressalta o Prelado.
Ouça
a reportagem completa
Comissão especial para
a visita
Em vista à visita do
Pontífice, uma Comissão especial já constituida informará os Bispos durante a
Plenária de fim de abril sobre orientações e passos a serem dados nas dioceses.
E todos nós, Bispos, Párocos e toda a Igreja de Moçambique, vai-se envolver
nessa preparação, reafirma o Secretário da CEM, observando porém que o
principal dessa preparação são as orações pelo Papa Francisco. E que a sua
vinda aqui entre nós seja um reforço, um momento de renovação da fé para toda a
Igreja em Moçambique, e também um momento de alívio diante de tanto sofrimento.
Desafios no Norte,
Centro e Sul
Na verdade, Moçambique
neste momento está passando por várias situações: tem ataques de homens armados
no Norte, na Província de Cabo Delgado; tem agora as consequências do ciclone
Idai e das fortes chuvas na zona Centro, que vitimaram centenas de pessoas,
deixando muitos milhares de desabrigados; e também tem o fenómeno da seca no
Sul. Então, as três Regiões – observou o Bispo - estão com problemas, e a vinda
do Papa vai ser como um bálsamo, porque o Papa vem para rezar connosco, vem
para nos confirmar, vem para dar uma palavra de consolo e de conforto para
todas aquelas pessoas que sofrem.
Interrogado sobre que
tipo de Igreja Francisco encontrará em Moçambique, D. Luiz respondeu com
firmeza que o Papa vai encontrar uma Igreja muito unida, uma Igreja que se tem
esforçado por estar atenta aos sinais dos tempos, uma Igreja que não se tem
omitido perante as várias dificuldades que o povo tem encontrado.
Uma Igreja profética e
“com os pés no chão”
D. Lisboa falou também
de uma Igreja que tem sempre uma voz para dizer diante da realidade do País,
uma Igreja que procura evangelizar, mas também uma Igreja profética que procura
denunciar tudo aquilo que é contra Deus e faz sofrer o ser humano. Portanto, o
Papa Francisco vai encontrar essa Igreja com muitos desafios, porque é uma
Igreja que está com os pés no chão, um ouvido voltado para Deus e outro ouvido
voltado para as realidades do povo, para o sofrimento do povo, para a esperança
do povo, uma Igreja que tem procurado caminhar com o povo.
Enfim, a Igreja que
está em Moçambique, enfatizou ainda D. Luiz, é uma Igreja que tem sido fiel na
medida do possível, com muito esforço, a todas as iniciativas do Papa
Francisco, uma Igreja que tem procurado ser “uma Igreja em saída” como ele tem
pedido, uma Igreja que está em plena comunhão com o Papa Francisco,
uma Igreja totalmente em comunhão com ele e com o seu magistério.
E exactamente como
dizem as três palavras-chave da visita, “esperança, paz e reconciliação”, nós
precisamos dessas três realidades, e que o Papa Francisco venha nos iluminar
com as suas palavras e a sua bênção – rematou o Prelado
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