ESTUDANTES E PROFESSORES PARAM O BRASIL EM PROTESTO CONTRA CORTE DE 30% NA EDUCAÇÃO
Estudantes
foram às ruas em Belo Horizonte e em outras
cidades
(Antônio Salaverry/Arquivo pessoal)
Manifestantes foram chamados de 'idiotas úteis, uns imbecis'
pelo presidente Jair Bolsonaro.
Uma mobilização nacional
de estudantes, professores e educadores, registrada em todos os estados do
Brasil e no Distrito Federal, para o país nesta quarta-feira em protesto contra
o corte de 30% da verba das universidades anunciado pelo governo Bolsonaro.
Além das capitais, mais de 180 cidades tiveram atos em prol da causa, que tem
apoio de estudantes do ensino médio e fundamental. Somente nos estados do Sudeste,
estima-se que 1 milhão de pessoas foram às ruas.
Em Dallas, nos Estados
Unidos, o presidente Jair Bolsonaro chamou os manifestantes de ‘idiotas úteis,
uns imbecis’.
Somente em Minas Gerais,
os protestos reuniram milhares estudantes em Belo Horizonte, Juiz de Fora,
Montes Claros, Almenara, Araçuaí, Janaúba, Porteirinha, Januária, Pirapora,
Salinas, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia, Divinópolis, Governador Valadares,
Varginha e Poços de Caldas.
São Paulo
Os manifestantes tomaram
completamente o vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida
Paulista, região central da capital. Os dois sentidos da via e as calçadas
também foram ocupados. Na multidão, muitos estudantes, além de professores universitários,
estaduais e municipais. Nas universidades públicas houve chamado para paralisar
as atividades. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), não houve aula
em nenhuma das faculdades, apenas as áreas essenciais de manutenção
funcionaram. Na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Estadual
Paulista (Unesp), a decisão de assistir às aulas ou ir ao protesto ficou a
cargo dos estudantes.
O Conselho de Reitores
das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) divulgou nota em apoio à
manifestação. O comunicado destaca que as três instituições são respondem “por
mais de 35% da produção científica nacional e são responsáveis por 35% dos
programas de pós-graduação de excelência no país”.
De acordo com o
conselho, no Brasil e em países desenvolvidos a pesquisa é financiada
majoritariamente pelos governos. “Interromper o fluxo de recursos para estas
instituições constitui um equívoco estratégico que impedirá o país de enfrentar
e resolver os grandes desafios sociais e econômicos do Brasil.”
Rio de Janeiro
Os manifestantes se
concentraram na Igreja da Candelária no início da tarde e, às 17h50, iniciaram
caminhada pela Avenida Presidente Vargas com destino à Central do Brasil. Todas
as 16 faixas de rolamento da avenida foram ocupadas pelos manifestantes e
fechadas ao trânsito de veículos, que foram desviados por ruas próximas,
causando um grande congestionamento. O protesto reuniu estudantes e ativistas
de todas as idades, desde alunos do ensino fundamental, estudantes do ensino
médio e universitários, até aposentados, além de professores e trabalhadores da
educação.
O policiamento se
posicionou de forma discreta, sem presença ostensiva entre os manifestantes e
distante do carro de som. Os manifestantes seguravam faixas e cartazes com
frases contra o bloqueio de verbas para o ensino e em defesa da educação.
Curitiba
Na capital paranaense,
manifestantes se concentraram na Praça Santos Andrade, em frente à Universidade
Federal do Paraná, na região central da cidade. Dali, seguiram em direção à
sede da prefeitura. No caminho, alguns participantes do ato abordaram pedestres
e trabalhadores do comércio para explicar as razões da manifestação.
Antes de se dispersar,
por volta das 12h30, o grupo ainda esteve na Assembleia Legislativa, onde
representantes do movimento entregaram a deputados estaduais um documento com o
posicionamento do Fórum Popular de Educação do Paraná (Fepe-PR) sobre o
contingenciamento de recursos da educação. A Polícia Militar não informou a
estimativa de público presente. Já as entidades organizadoras afirmam que o
número total variou entre 16 mil e 20 mil pessoas ao longo de toda a manhã. Há
previsão de um novo ato na Praça Santos Andrade, a partir das 18h.
Salvador
A mobilização já lotava
o Largo do Campo Grande, no centro, quando, perto das 10h, estudantes,
professores, sindicalistas e apoiadores da manifestação saíram em caminhada com
destino à Praça Castro Alves, distante cerca de 1,5 quilômetro. A Polícia
Militar acompanha a manifestação a fim de garantir a segurança das pessoas, mas
não divulgará o número de participantes.
Brasília
Os manifestantes se
concentraram em frente ao Museu da República, na Esplanada dos Ministérios.
Dali, seguiram em direção ao Congresso Nacional, portando faixas e cartazes
contra o contingenciamento de 3,4% das chamadas despesas discricionárias, ou
seja, aquelas não obrigatórias, que o governo pode ou não executar, e que
incluem despesas de custeio e investimento. Do alto do carro de som que
acompanha a marcha, manifestantes discursam em favor de mais investimentos nas
universidades públicas e sobre o risco de o corte de verbas inviabilizar as
pesquisas desenvolvidas nos campus acadêmicos. Segundo cálculos da PM, às 11h,
o ato reunia cerca de 2 mil pessoas.
Segundo a UNE, o
contingenciamento coloca em risco a manutenção e a qualidade das universidades
públicas, prejudicando seus atuais alunos e jovens que cursam o ensino médio e
veem ameaçada a possibilidade de ingresso no ensino superior.
Fonte:domtotal.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário