quarta-feira, 15 de maio de 2019

ESTUDANTES E PROFESSORES PARAM O BRASIL EM PROTESTO CONTRA CORTE DE 30% NA EDUCAÇÃO


Estudantes foram às ruas em Belo Horizonte e em outras
cidades (Antônio Salaverry/Arquivo pessoal)

Manifestantes foram chamados de 'idiotas úteis, uns imbecis' pelo presidente Jair Bolsonaro.
Uma mobilização nacional de estudantes, professores e educadores, registrada em todos os estados do Brasil e no Distrito Federal, para o país nesta quarta-feira em protesto contra o corte de 30% da verba das universidades anunciado pelo governo Bolsonaro. Além das capitais, mais de 180 cidades tiveram atos em prol da causa, que tem apoio de estudantes do ensino médio e fundamental. Somente nos estados do Sudeste, estima-se que 1 milhão de pessoas foram às ruas.
Em Dallas, nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro chamou os manifestantes de ‘idiotas úteis, uns imbecis’.
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Somente em Minas Gerais, os protestos reuniram milhares estudantes em Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros, Almenara, Araçuaí, Janaúba, Porteirinha, Januária, Pirapora, Salinas, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia, Divinópolis, Governador Valadares, Varginha e Poços de Caldas.
São Paulo
Os manifestantes tomaram completamente o vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, região central da capital. Os dois sentidos da via e as calçadas também foram ocupados. Na multidão, muitos estudantes, além de professores universitários, estaduais e municipais. Nas universidades públicas houve chamado para paralisar as atividades. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), não houve aula em nenhuma das faculdades, apenas as áreas essenciais de manutenção funcionaram. Na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Estadual Paulista (Unesp), a decisão de assistir às aulas ou ir ao protesto ficou a cargo dos estudantes.
O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) divulgou nota em apoio à manifestação. O comunicado destaca que as três instituições são respondem “por mais de 35% da produção científica nacional e são responsáveis por 35% dos programas de pós-graduação de excelência no país”.
De acordo com o conselho, no Brasil e em países desenvolvidos a pesquisa é financiada majoritariamente pelos governos. “Interromper o fluxo de recursos para estas instituições constitui um equívoco estratégico que impedirá o país de enfrentar e resolver os grandes desafios sociais e econômicos do Brasil.”
Rio de Janeiro
Os manifestantes se concentraram na Igreja da Candelária no início da tarde e, às 17h50, iniciaram caminhada pela Avenida Presidente Vargas com destino à Central do Brasil. Todas as 16 faixas de rolamento da avenida foram ocupadas pelos manifestantes e fechadas ao trânsito de veículos, que foram desviados por ruas próximas, causando um grande congestionamento. O protesto reuniu estudantes e ativistas de todas as idades, desde alunos do ensino fundamental, estudantes do ensino médio e universitários, até aposentados, além de professores e trabalhadores da educação.
O policiamento se posicionou de forma discreta, sem presença ostensiva entre os manifestantes e distante do carro de som. Os manifestantes seguravam faixas e cartazes com frases contra o bloqueio de verbas para o ensino e em defesa da educação.
Curitiba
Na capital paranaense, manifestantes se concentraram na Praça Santos Andrade, em frente à Universidade Federal do Paraná, na região central da cidade. Dali, seguiram em direção à sede da prefeitura. No caminho, alguns participantes do ato abordaram pedestres e trabalhadores do comércio para explicar as razões da manifestação.
Antes de se dispersar, por volta das 12h30, o grupo ainda esteve na Assembleia Legislativa, onde representantes do movimento entregaram a deputados estaduais um documento com o posicionamento do Fórum Popular de Educação do Paraná (Fepe-PR) sobre o contingenciamento de recursos da educação. A Polícia Militar não informou a estimativa de público presente. Já as entidades organizadoras afirmam que o número total variou entre 16 mil e 20 mil pessoas ao longo de toda a manhã. Há previsão de um novo ato na Praça Santos Andrade, a partir das 18h.
Salvador
A mobilização já lotava o Largo do Campo Grande, no centro, quando, perto das 10h, estudantes, professores, sindicalistas e apoiadores da manifestação saíram em caminhada com destino à Praça Castro Alves, distante cerca de 1,5 quilômetro. A Polícia Militar acompanha a manifestação a fim de garantir a segurança das pessoas, mas não divulgará o número de participantes.
Brasília
Os manifestantes se concentraram em frente ao Museu da República, na Esplanada dos Ministérios. Dali, seguiram em direção ao Congresso Nacional, portando faixas e cartazes contra o contingenciamento de 3,4% das chamadas despesas discricionárias, ou seja, aquelas não obrigatórias, que o governo pode ou não executar, e que incluem despesas de custeio e investimento. Do alto do carro de som que acompanha a marcha, manifestantes discursam em favor de mais investimentos nas universidades públicas e sobre o risco de o corte de verbas inviabilizar as pesquisas desenvolvidas nos campus acadêmicos. Segundo cálculos da PM, às 11h, o ato reunia cerca de 2 mil pessoas.
Segundo a UNE, o contingenciamento coloca em risco a manutenção e a qualidade das universidades públicas, prejudicando seus atuais alunos e jovens que cursam o ensino médio e veem ameaçada a possibilidade de ingresso no ensino superior.
Fonte:domtotal.com

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