segunda-feira, 6 de maio de 2019
PAPA NA MISSA EM SÓFIA: O AMOR DE DEUS É MAIOR QUE QUALQUER PECADO
O Papa celebrou a missa, primeira
desta sua visita à Bulgária, na capital Sófia. Francisco destacou três
realidades estupendas que marcam a nossa vida de discípulos: Deus chama, Deus
surpreende, Deus ama
Raimundo de Lima
- Cidade do Vaticano
“Hoje somos convidados
a contemplar e descobrir aquilo que o Senhor fez no passado, para nos lançarmos
com Ele rumo ao futuro, sabendo que sempre, tanto nos êxitos como nos
fracassos, voltará a chamar-nos convidando-nos a lançar as redes.”
Ouça
a reportagem com a voz do Papa Francisco
Foi a exortação do
Papa Francisco na missa celebrada na tarde deste III Domingo da Páscoa, na
Praça Knyaz Alexandar I, em Sófia, capital búlgara, em seu último compromisso
deste primeiro dia de sua visita à Bulgária, aonde chegou pela manhã no âmbito
desta 29ª viagem apostólica internacional, que se concluirá na terça-feira
visitando a Macedônia do Norte.
Três realidades que
marcam a vida dos discípulos
Partindo a liturgia
dominical, o Santo Padre articulou a homilia da
celebração lembrando três realidades estupendas que marcam a nossa vida de
discípulos: Deus chama, Deus surpreende, Deus
ama.
Deus chama
Atendo-se à primeira
delas, Francisco destacou o chamado que o Senhor fez a Pedro às margens do lago
da Galileia, chamando-o a tornar-se pescador de homens. No segundo chamado,
quando, após a Paixão do Senhor, Pedro tem a tentação de retomar as redes para
voltar a pescar no lago, o Senhor recomeça do princípio, com paciência sai ao
seu encontro e diz-lhe “Simão”. Era o nome do primeiro chamado, disse o
Pontífice.
“O Senhor não espera
situações ou estados de ânimo ideais, cria-os. Não espera encontrar-Se com
pessoas sem problemas, sem decepções, pecados ou limitações. Ele mesmo
enfrentou o pecado e a decepção, para ir ao encontro de cada vivente e
convidá-lo a caminhar.”
“Irmãos, o Senhor
não Se cansa de chamar. É a força do Amor que subverte todas as previsões e
sabe recomeçar. Em Jesus, Deus sempre procura dar uma possibilidade. E assim
procede também conosco: chama-nos cada dia para reviver a nossa história de
amor com Ele, para voltar a fundar-nos na novidade que é Ele.”
Deus surpreende
Quando é o chamado de
Jesus que orienta a vida, o coração rejuvenesce, acrescentou o Papa. Francisco
lembrou que Deus surpreende – segunda realidade. “É o Senhor
das surpresas que convida não só a surpreender-se, mas também a realizar coisas
surpreendentes.”
“O Senhor chama e,
encontrando os discípulos com as redes vazias, propõe-lhes algo de insólito:
pescar de dia, o que é bastante estranho naquele lago. Devolve-lhes confiança,
colocando-os em movimento e impelindo-os de novo a arriscar, a não dar nada e,
especialmente, ninguém por perdido. É o Senhor da surpresa que rompe os
fechamentos paralisadores, restituindo a audácia capaz de superar a suspeita, a
desconfiança e o medo que se esconde por trás do «sempre se fez assim».”
“Deus surpreende,
quando chama e convida a lançarmos, já não as redes, mas a nós mesmos ao largo
na história e a olhar a vida, a olhar os outros e também a nós mesmos com os
seus próprios olhos que, «no pecado, vê filhos carecidos de ser levantados; na
morte, irmãos carecidos de ressuscitar; na desolação, corações carecidos de
consolação. Por isso, não temas! O Senhor ama esta tua vida, mesmo quando tens
medo de a olhar de frente e tomar a sério».”
Deus ama
Chegamos, assim, à
terceira certeza de hoje, disse o Santo Padre: Deus ama. “Deus
chama, Deus surpreende, porque Deus ama. O amor é a sua linguagem. Por isso,
pede a Pedro – e a nós – para sintonizar-se com a mesma linguagem: «… amas-Me?»
Pedro acolhe o convite e, depois de tanto tempo passado com Jesus, compreende
que amar significa deixar de estar no centro.”
Pedro reconhece-se
frágil, “compreende que, só com as suas forças, não pode prosseguir. E
baseia-se no Senhor, na força do seu amor, até ao fim. Esta é a nossa força,
que somos convidados a renovar todos os dias: o Senhor ama-nos”, prosseguiu.
“Ser cristão é um
chamado a ter confiança que o Amor de Deus é maior do que qualquer limite ou
pecado. Um dos grandes desgostos e obstáculos, que hoje sentimos, situa-se não
tanto ao nível da compreensão de que Deus é amor, mas no fato de termos chegado
a anunciá-Lo e testemunhá-Lo duma maneira tal, que, para muitos, este não é o
seu nome. Mas Deus é amor, que ama, dá-Se, chama e surpreende.”
Protagonistas da
revolução da caridade e do serviço
Francisco concluiu
dirigindo a todos uma veemente exortação:
Aquilo que disse aos
jovens na Exortação que escrevi recentemente, quero repeti-lo a vós também. Uma
Igreja jovem, uma pessoa jovem, não pela idade, mas pela força do Espírito,
convida-nos a testemunhar o amor de Cristo, um amor que impele e nos leva a
estar prontos para lutar pelo bem comum, a ser servidores dos pobres,
protagonistas da revolução da caridade e do serviço, capazes de resistir às
patologias do individualismo consumista e superficial. Enamorados por Cristo,
sede testemunhas vivas do Evangelho em todos os cantos desta cidade.”
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