Francisco recebeu bispos de
recente nomeação e ofereceu conselhos concretos para manterem a proximidade a
Deus e ao povo, sem renunciar a uma vida sóbria.
Bianca
Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
O Papa
Francisco concluiu sua série de audiências desta quinta-feira recebendo, no
Vaticano, os bispos de recente nomeação que participaram do curso promovido
pelas Congregações para os Bispos e para as Igrejas Orientais.
Ouça a reportagem completa com a voz do Papa Francisco
Proximidade
O Pontífice
dedicou o seu discurso a uma atitude que é essencial para os Bispos:
proximidade. Proximidade a Deus e proximidade ao seu povo.
A proximidade a
Deus é a fonte do ministério do Bispo, explicou o Papa. Deus se fez próximo a
nós mais do que poderíamos imaginar, encarnando-se em Cristo e a razão da nossa
existência é “tornar palpável esta proximidade”.
Por isso o
Bispo, sem poupar tempo, precisa estar diante de Jesus e levar até Ele as
pessoas e as situações. Em outras palavras, o Bispo deve cultivar esta
intimidade com Cristo diariamente na oração.
“Somente
estando com Jesus somos preservados da presunção pelagiana de que o bem deriva
da nossa capacidade.”
De Deus ao povo
Ao estar
próximos de Deus, cresce a consciência de que a identidade do Bispo é fazer-se
próximos. “Não é uma obrigação externa, mas uma exigência interna à lógica do
dom.” A proximidade ao povo não é uma estratégia oportunista, advertiu o Papa,
mas a condição essencial do ministro ordenado.
“
Mesmo na nossa pobreza, cabe a nós fazer com que ninguém sinta Deus como
distante, que ninguém use Deus como pretexto para levantar muros, abater pontes
e semear ódio. ”
A proximidade
do Bispo, prosseguiu Francisco, não é retórica, não é feita de anúncios
autorreferenciais, mas de disponibilidade real. É preciso deixar-se surpreender
e aprender verbos concretos, como ver, cuidar e curar. É colocar-se em jogo e
sujar as mãos.
“Por favor, não
deixem que prevaleçam os temores pelos riscos do ministério, retraindo-se e
mantendo as distâncias”, exortou o Pontífice.
Sobriedade, sem
bajuladores
O termômetro da
proximidade é a atenção aos últimos, aos pobres, que é já um anúncio do Reino,
assim como o é a sobriedade.
“
Levar uma vida simples é testemunhar que Jesus nos basta. ”
Enfim, são
necessários bispos capazes de sentir o palpitar de suas comunidades e de seus
sacerdotes, que não se contentem de presenças formais, mas que sejam “apóstolos
da escuta”. Por favor, exortou novamente o Papa, não se circundem de
bajuladores.
De modo
especial, Francisco encoraja as visitas pastorais regulares e uma proximidade
especial aos sacerdotes.
“Também eles
estão expostos às intempéries de um mundo que, mesmo cansado das trevas, não
poupa hostilidade à luz. Eles precisam ser amados, seguidos e encorajados.”
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