terça-feira, 10 de setembro de 2019
PAPA CELEBRA MISSA EM MAURÍCIO: JOVENS SÃO A PRIMEIRA MISSÃO DA IGREJA
A missa em Maurício foi celebrada no dia em que a Igreja recorda
a memória do Bem-aventurado Jacques-Desiré Laval, conhecido como o “apóstolo da
unidade mauriciana”.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do
Vaticano
A
31ª Viagem Apostólica do Papa Francisco chegou nesta segunda-feira à sua
terceira e última etapa: a visita à capital de Maurício, Porto Luís.
Depois
de duas horas de voo partindo de Antananarivo, o Pontífice foi acolhido no
aeroporto pelo primeiro-ministro, Pravind Kumar Jugnauth, e demais autoridades
civis e eclesiásticas. Depois da execução dos hinos e do piquete de honra, o
Papa se transferiu diretamente para o Monumento de Maria Rainha da Paz.
O
Monumento foi inaugurado em agosto de 1940, em agradecimento pela preservação
do país durante o primeiro conflito mundial. Construído em forma de ascendentes
terraços verdes, intercaladas por flores, o local domina a cidade. No alto, foi
colocado um altar com uma imagem de Nossa Senhora em mármore de 3 metros de
altura. A Virgem segura em suas mãos o globo terrestre e é meta de
peregrinações.
Evangelização não pode ser abstrata e asséptica
Com
capacidade para 80 mil pessoas, no Monumento foi celebrada a missa no dia em
que a Igreja recorda a memória do Bem-aventurado Jacques-Desiré Laval,
conhecido como o “apóstolo da unidade mauriciana”.
Em
sua homilia, o Pontífice citou o amor por Cristo e pelos pobres como a marca
distintiva da vida do beato francês que morreu na ilha em 1864. Este mesmo amor
protegeu o Laval da ilusão de realizar uma evangelização “abstrata e
asséptica”. Ele "sabia que evangelizar implica fazer-se tudo para todos:
aprendeu a língua dos escravos recém-libertados e anunciou-lhes de maneira
simples a Boa Nova da salvação”.
Dinamismo missionário
As
pequenas comunidades criadas pelo beato estão na origem das paróquias atuais e
o seu dinamismo missionário, afirmou o Papa, deu à Igreja mauriciana uma nova
juventude.
“ São precisamente os jovens que, pela sua vitalidade e dedicação, podem
dar à Igreja a beleza e o frescor próprios da juventude, quando desafiam a
comunidade cristã a renovar-se e nos convidam a partir para novos horizontes. ”
Os
jovens, prosseguiu Francisco, são a primeira missão da Igreja. Na ilha, não
obstante o crescimento econômico, são eles os que mais sofrem com o desemprego
e a falta de perspectivas.
“Um
futuro incerto, que os descarta e obriga a conceber a sua vida à margem da
sociedade, deixando-os vulneráveis e quase sem pontos de referência perante as
novas formas de escravidão deste século XXI.”
Jovens, as primícias da terra
Eis
então que a missão da Igreja é convidar os jovens a encontrar a sua felicidade
em Jesus.
“ Não deixemos que nos roubem o rosto jovem da Igreja e da sociedade! Não
permitamos aos mercadores de morte roubar as primícias desta terra! ”
Para
viver o Evangelho, continuou, não podemos esperar que tudo seja favorável ao
nosso redor, porque muitas vezes as ambições do poder e os interesses mundanos
jogam contra nós.
O
que deve preocupar a Igreja não são os números, mas a carência de homens e
mulheres que queiram viver a felicidade pelos caminhos da santidade.
“ Rezemos, queridos irmãos e irmãs, pelas nossas comunidades para que,
dando testemunho da alegria da vida cristã, vejam florescer a vocação à
santidade nas diferentes formas de vida que o Espírito nos propõe. ”
A
Nossa Senhora, concluiu o Papa, “peçamos o dom da abertura ao Espírito Santo,
da alegria perseverante, a alegria que não se deixa abater nem retroceder, a
alegria que sempre nos faz experimentar e afirmar que o Todo Poderoso faz
maravilhas, santo é o seu nome”.
Papa saúda os detentos
Ao
final da celebração eucarística, Francisco agradeceu ao cardeal Maurice Piat,
às autoridades, voluntários e fiéis que vieram de outras ilhas, como Seychelles
e Comores, pela oportunidade de visitar Maurício.
Mas
a saudação especial do Papa foi reservada aos detentos que participaram do
“Percurso Alpha” na prisão. Eles escreveram e Francisco respondeu saudando-os e
concedendo-lhes a sua bênção.
Este
projeto oferece aos prisioneiros a oportunidade de questionar o significado da
vida e descobrir como a fé cristã pode reforça-los na vida de todos os dias.
Trata-se de um serviço oferecido pela capelania carcerária.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário