sexta-feira, 18 de outubro de 2019
BISPOS FALAM SOBRE O SÍNODO PARA AMAZÔNIA A PADRES DO BRASIL QUE ESTUDAM NO COLÉGIO PIO BRASILEIRO, EM ROMA
Dezenas
de padres brasileiros que estudam em Roma participaram nesta quinta-feira, dia
18 de outubro, do Quintais de Cultura sobre o Sínodo para a região
Pan-Amazônica, realizado no Colégio Pio Brasileiro, na capital italiana. O
evento foi uma oportunidade de ouvir as experiências de quatro bispos
participantes do Sínodo e fazer perguntas sobre o encontro que será realizado
no Vaticano até o dia 27 de outubro.
O arcebispo de Palmas (TO), dom
Pedro Brito, foi aluno do Pio Brasileiro. Ele falou da alegria de estar de
volta ao colégio e da satisfação de participar do Sínodo. Sobre a experiência
nesses últimos dias no Vaticano, dom Pedro Brito destacou que os participantes
entenderam o sentido de se converterem à sinodalidade, que significa caminhar
juntos.
“O
Sínodo é marcado por respeito ao outro, ouvir todas as opiniões, dar atenção.
Ouvimos quatro pessoas e silenciamos por quatro minutos para refletir. Você não
vê uma palavra desrespeitosa, uma vaia”, esclareceu o arcebispo de Palmas.
Dom Roque Paloschi,
presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e
arcebispo de Porto Velho (RO), afirmou que o Sínodo é uma benção: “é um momento
de graça de Deus, não da nossa vaidade humana”. Dom Roque pediu a todos para
rezarem pelo Sínodo, para que os padres sinodais cheguem a respostas, guiados
pelo Espírito Santo, sobre quais são os novos caminhos a serem traçados na
Amazônia para os povos da floresta.
“Precisamos
nos refazer como Igreja, celebrar a Liturgia em língua própria e entender a
cultura local. Como as comunidades podem sobreviver na fé católica com duas ou
três Eucaristias por ano? Precisamos resolver isso, é o que esperamos no
documento final do Sínodo.”, explicou dom Roque.
O bispo de São
Gabriel da Cachoeira(AM), dom Edson Taschetto Damian, explicou que
sua diocese é a mais indígena, mais isolada e uma das mais pobres do Brasil.
Quando os indígenas ficaram sabendo que seria realizado o Sínodo para Amazônia,
fizeram uma festa.
“Eu
estava presente quando houve o pedido ao Papa para a realização de um Sínodo
para Amazônia. Isso aconteceu em novembro de 2016. No ano seguinte, o Papa
Francisco já anunciou esse Sínodo. Imagine a alegria dos indígenas quando
ficaram sabendo. Quando lemos o documento de trabalho do Sínodo para
Amazônia ficamos muito satisfeitos pela qualidade do material, é um documento
de estudo muito bem feito. Os povos indígenas leram o texto e afirmaram: ‘o
Papa Francisco quer nos escutar’. Eles se viram contemplados”.
Dom José Belizário da Silva,
arcebispo de São Luís do Maranhão, falou da importância de se ter uma Igreja
com o rosto amazônico.
“O Maranhão é um péssimo
exemplo na questão ambiental e social. Há muitos desrespeitos ao meio
ambiente, além de ser um dos estados mais pobres da Federação. Cerca
de 60% da população recebe Bolsa Família, além de termos os piores índices
socioeconômicos. Entretanto, na questão religiosa, avançamos bem. Temos bispos
locais e sacerdotes com a cara do Estado, inclusive alguns são índios, outros
são negros. Esse é o espírito do Sínodo. O rosto Amazônico tem que estar
refletido na nossa Igreja”, concluiu.
Fonte:cnbb.net,br
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