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Um padeiro empilha matzah
assado em uma padaria
em Kfar Habad, perto de Tel Aviv (Jack Gueza/
AFP)
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Cristãos
celebram a Páscoa como sonho de uma vida nova que todo mundo busca
Para se proteger do
vírus mortal que devasta o mundo e para ajudar os outros, médicos e enfermeiros
têm métodos e ritos. Também a condução política da sociedade tem ritos. Esses
vieram das práticas cultuais dos povos antigos. O rito é como ensaio ou treinamento.
Através de símbolos, expressa o que as pessoas querem realizar no mundo. Quando
em cerimônias públicas, cantamos o hino nacional ou saudamos a nossa bandeira,
estamos, de fato, expressando o desejo de um país unido e livre. Do mesmo modo,
nesses dias, Igrejas cristãs celebram a Páscoa para propor uma transformação da
vida e do modo de organizar o mundo.
Reze conosco
em Meu dia com Deus
A Páscoa é uma festa
comum a duas religiões: o judaísmo e o cristianismo. Antigamente, a Páscoa era
a dança com a qual as tribos indicavam que começou a primavera. Assim, a
natureza se revestia de uma vida nova. De acordo com a Bíblia, foi durante os
festejos de uma dessas festas de Páscoa, que, inspirados e conduzidos por Deus,
escravos hebreus se libertaram do faraó do Egito. Cada ano, até hoje, as
comunidades judaicas celebram essa festa para atualizar sua vocação para a
liberdade. Dão graças a Deus que fez aliança com o povo oprimido para que toda
pessoa seja livre e com direito a viver sua dignidade humana. Os escritos
cristãos testemunham que foi, durante uma celebração anual da Páscoa judaica,
que Jesus de Nazaré foi assassinado e foi em meio à celebração da Páscoa que os
seus discípulos o descobriram vivo e vitorioso. Cada celebração pascal, tanto a
vivida pelas comunidades judaicas, como que as Igrejas cristãs celebram,
festeja a vitória da vida sobre a morte e da solidariedade sobre o desamor e isso
não apenas para as Igrejas mas para todo o mundo.
Neste ano, a celebração
judaica da Páscoa ocorreu na 5ª feira, 09 de abril, mesmo dia no qual as
Igrejas lembravam a última ceia de Jesus e a instituição da eucaristia. Nesses
dias, judeus e cristãos celebram essa festa em meio à quarentena
provocada pelo coronavírus. Por causa disso, as Igrejas foram obrigadas a
retomar o costume do cristianismo primitivo das reuniões nas casas e das
celebrações em pequenos grupos, de forma mais laical e sem depender totalmente
de ministros ordenados.
Essa Páscoa deve dar à
humanidade um recado especial: nosso Deus é Deus da vida e não da morte. É
amigo da humanidade e como pai que nos ama com amor maternal é o primeiro a
sofrer com o que nós sofremos. Nesses dias, ele deve estar se sentindo muito
magoado com muitas orações que supõem que ele é culpado de alguma coisa de tudo
isso que está acontecendo. E, coitado, na sua impotência, como diante da cruz
do próprio filho, mesmo em meio às alegrias da Páscoa, ele chora. Como Jesus
chorou diante do túmulo do amigo Lázaro. E faz o que pode fazer por nós: fazer
florescer em nossos corações as sementes de amor e solidariedade para enfrentar
o momento atual e vencermos.
A celebração pascal
contêm uma força capaz de transformar o mundo, até que cada pessoa que ama e
tem fome de justiça e todo o universo sejam impregnados da energia amorosa
dessa nova Páscoa. Um antigo hino oriental canta: “Se Jesus ressuscitou, seja
como for, o mundo está salvo, aleluia”.
Por Marcelo Barros
Fonte: domtotal.com
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