Compaixão
é um desejo de justiça, imprescindível para a vida de fé, social e comunitária
Compaixão, virtude que
deve acompanhar os seres humanos, é um sentimento solidário que nos causa dor e
sofrimento, sofrendo com os que sofrem, irmanados no mesmo espírito. Mas certos
de que a mesma é um remédio pedagógico que cura aquele amor compulsivo e insaciável
de possuir, do qual não conseguimos nos separar com nossas próprias forças.
Compaixão é um desejo de justiça, imprescindível para a vida de fé, social e
comunitária, e é vista, neste tempo de pandemia, como sementes de esperança,
como bem afirmou Dom Helder: “Quais sementes desejo espalhar pela terra?
Sementes de paz, de amor, de compreensão e de esperança. Há tanto desespero,
desengano, decepção, frustração e desesperança! Sementes de esperança, sem
dúvida, chegariam em boa hora”.
Compaixão não deve ser
apenas mais uma combinação de esforços na maneira de ser, liberando seu ego
aprisionado, mas no sentido de enxergar seus semelhantes, com o sentimento de
ir ao encontro dos fracos. Vivemos numa sociedade, em que cada vez mais só se
reconhece os fortes ou os vencedores, mas, dentro da lógica humana, esquece-se
de que o cristianismo tem por base a preocupação com o verdadeiro humanismo,
mesmo sendo uma virtude das lágrimas, porque sofrer com o outro é reconhecer a
criatura humana como sendo a imagem de Deus.
Nós todos, diante da
companheira “compaixão”, somos convidados a ajudar, a partir da pandemia, a Auristela
em seu gesto concreto: “A pandemia está aumentando ainda mais a desigualdade
social; além do medo da doença e da morte, o auxílio emergencial não chegou
para muitas famílias, aumentando as dificuldades de alimentação. Estamos nos
mobilizando para atender algumas das famílias de nossa comunidade, e você pode
ajudar! Colabore com a campanha É tempo de cuidar. Doe alimentos e
materiais de higiene pessoal. Que Santo Afonso interceda por nós!”.
Desmanchar a montanha
da falta de esperança, do orgulho e do egoísmo, que está dentro de nós, só
mesmo amparados pela tão visível simbologia do manto da paz, da justiça e da
compaixão. Dom Helder Câmara nos ensina o sentido da verdadeira e autêntica
compaixão. Quando resolvemos buscar a referida e tão sonhada esperança, na fé a
nós ensinada de que Deus é Pai de todos, vivemos a vida de irmãos sem nos
afastarmos da promessa divina: a de a terra se transformar em céu e de o céu se
transformar em terra. Assim seja!
*Geovane Saraiva é pároco de Santo
Afonso, blogueiro, escritor e integra a Academia
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