A 35ª edição da Semana
do Migrante teve sua abertura ontem, 14 de junho, com missa de abertura
presidida por dom José Luís Ferreira Salles, bispo da Diocese de Pesqueira
(PE), responsável pelo setor de Mobilidade Humana da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) e presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes. A
programação, que envolve diversos serviços, pastorais e organismos da Igreja
católica no Brasil, se estende até o dia 21 de junho.
Este ano, a 35ª Semana
do Migrante traz o seguinte lema bíblico:”Onde está teu irmão, tua irmã?”. O
evento, há mais de três décadas, mobiliza pessoas, grupos e comunidades para
ações que promovam acolhida, integração, defesa de direitos, além de partilha,
no campo das experiências sagradas e multiculturais de todos os povos. Em
sua 35ª edição, diante do cenário de crescentes fluxos migratórios, da crise
sanitária e social que se intensificou para a população migrante no Brasil, com
a pandemia de Covid-19, a iniciativa propõe o tema Migração e acolhida.
O bispo da diocese de
Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação
Sociotrasformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom
José Valdeci Santos Mendes, diz ser importante refletir sobre os irmãos e irmãs
que precisam de apoio e espírito de comunhão. “O próprio lema nos motiva a
isso. Nesse tempo de pandemia de coronavírus precisamos vivenciar a
solidariedade, a compaixão, precisamos testemunhar o Evangelho”, destaca.
Roberto Saraiva,
membro da coordenação colegiada executiva do Serviço Pastoral dos Migrantes
(SPM), reforça que a inspiração bíblica no lema, a partir do livro do Gênesis,
é para lembrar que Deus nos interpela: ‘Onde está o teu irmão, tua irmã?’ (Cf.
Gn 4,9). “Qual é minha resposta a Deus? É a mesma resposta de Caim que
interpela a Deus dizendo: ‘Por acaso eu sou o guarda do meu irmão?’ Ou nossa
resposta é afirmativa: Eu sou guarda do meu irmão! Precisamos nos lembrar que
somos humanos. Muitas vezes, acabamos não agindo como irmãos uns dos outros, e
nem nos dispomos a ajudar aqueles e aquelas que estão ao nosso redor precisando
de solidariedade, consolo, amizade e presença”, afirmou.
“A Semana do Migrante
chama a nossa atenção para o aumento do fluxo migratório e das situações de
refúgio nos últimos anos. Além disso, a grave crise política e econômica que o
país enfrenta, junto com a pandemia, acentua o desemprego, frustra as
expectativas de quem busca uma vida mais digna, aumenta a fome, a miséria e a
vulnerabilidade da população empobrecida. Entre os que mais sofrem, estão as
pessoas em situação de migração. Mesmo sendo em grande quantidade, são pessoas
invisíveis para o sistema. Para elas não se efetivam nem políticas públicas,
nem direitos”, destaca a vice-presidente da Cáritas Brasileira, Cleusa Alves da
Silva.
A Semana do Migrante
retoma o apelo da Campanha da Fraternidade 2020 que trouxe o lema “Viu, sentiu
compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). “Os irmãos e irmãs caídos à beira do
caminho demandam de nós o olhar, a atenção e o cuidado. Celebrar a Semana do
Migrante é uma oportunidade de aprofundar nossa espiritualidade profética e
comprometida com a transformação social e com a vida de quem mais sofre,
cultivando a esperança e a solidariedade”, completa a vice-presidente da
Cáritas Brasileira.
35 anos do SPM
“Este ano a Semana do
Migrante tem um sabor de celebração, de festa, há 35 anos nascia o Serviço
Pastoral dos Migrantes (SPM), como órgão vinculado à CNBB, já com a missão de
animar e promover a Semana do Migrante todos os anos. E num gesto de fidelidade
à Igreja e aos migrantes, em nenhum dos anos, por mais difícil que tenha sido,
mesmo diante da falta de recursos, ou algum outro elemento, não deixamos de
promover o material de mobilização desse período”, celebra Roberto Saraiva.
Ação conjunta
Este ano a Semana do
Migrante acontece a partir da integração das diversas organizações que atuam no
cuidado humano, na atenção pastoral e na defesa de direitos da população
migrante no Brasil. Unidos, Comissão Episcopal Pastoral para Ação
Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Cáritas
Brasileira, Serviço Pastoral do Migrante(SPM), em articulação com a Comissão
Pastoral da Terra (CPT), o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o Conselho
Pastoral dos Pescadores (CPP), a Pastoral da Juventude Rural (PJR), o Serviço
Jesuíta para Migrantes e Refugiados (SJMR), o Instituído Migração e Direitos
Humanos (IMDH) e a Missão Paz, com o apoio da 6ª Semana Social Brasileira,
mobilizam a programação com celebrações e lives que se estendem de 14 a 21 de
junho.
Conheça a PROGRAMAÇÃO DA 35ª DO
MIGRANTE e participe.
Fonte: cnbb.org.br
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