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Em 2015, a presença do papa na ONU assinalou sua liderança mundial na assinatura dos ODS 2030 (Timothy A. Clary/AFP)
Francisco é um dos incentivadores de que as dívidas dos países periféricos seja completamente perdoada.
Nem as férias de verão
na Europa nem a eclosão da pandemia detêm o papa Francisco. Na intimidade da
residência vaticana Santa Marta, o pontífice decidiu que gravaria uma mensagem
para a abertura da 75ª sessão da Organização das Nações Unidas (ONU). Foi um
diplomata, que pediu para ter sua identidade preservada, que antecipou ao
jornalista espanhol Lucas Schaerer a novidade. O vídeo será exibido no dia 15
de setembro, em Nova York, quando se concentram as representações dos 193
países-membros da ONU.
"De uma crise se
sai ou melhor ou pior. Depende de nós. Não podemos, na ordem mundial e local,
repetir os mesmos modelos socioeconômicos de um ano atrás, nem ajustá-los ou
envernizá-los um pouco. Isso seria pior." Esse é o eixo central do
discurso que Francisco está elaborando, a saída da crise social e sanitária
pela pandemia e a crise das economias por conta das dívidas.
Um jesuíta que
trabalha na Santa Sé, e um dos poucos que não estão de férias, confirmou a
Lucas Schaerer a mensagem papal ao plenário da ONU, fato que estará na pauta
midiática mundial daqui a pouco mais de um mês, e que promete agregar à saída
pós-pandêmica um segundo eixo do discurso, que é o cancelamento drástico ou
total da dívida externa dos países periféricos.
O diplomata está
organizando um encontro sobre pandemia, mudanças climáticas e pobreza.
Bergoglio confirmou sua vontade de trabalhar de maneira conjunta, por meio do
grupo de reflexão e trabalho que constituiu no Vaticano e coordenado pelo
sacerdote argentino Augusto Zampini.
A Assembleia-Geral da
ONU onde o papa apresentará sua mensagem em vídeo, será presidida pelo
embaixador da Turquia, Volkan Bozkir.
No dia 20 de dezembro,
no Palácio Apostólico do Vaticano, o santo padre se encontrou com o
secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. Foi nesse momento que os
dois líderes tiveram que gravar juntos um vídeo no qual pediam o fim da corrida
armamentista e do rearmamento nuclear.
A unidade da Santa Sé
e da ONU teve sua expressão máxima em setembro de 2015 com a presença física de
Francisco, ação que definiu a liderança mundial do papa na assinatura dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2030.
Publicado originalmente
por Alfa y Omega
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