sábado, 19 de setembro de 2020

PANAMÁ: VÍRUS DA CORRUPÇÃO SOBREVIVE À PANDEMIA

 

Os Bispos do Panamá concluem sua Assembleia ordinária exortando o governo a pensar nos pobres, dar impulso aos sistemas da saúde e da educação e acabar com a criminalidade e a corrupção; convidam também os panamenhos a reconstruir o tecido social, com dinâmicas mais humanas, solidárias e fraternas.
Vatican News
Com uma mensagem à nação, os Bispos panamenhos acabam de realizar sua Assembleia Ordinária, de três dias, que ocorreu de 14 a 17 do corrente, na capital do país.
”Sinais de esperança, preocupações e oportunidades” são os tópicos principais da mensagem, de três páginas, dos Bispos panamenhos, além de uma visão global sobre a Igreja e o país, após a pandemia do Covid-19.
O episcopado do Panamá expressa sua preocupação com a situação do país, após a pandemia, ao refletir, nestes dias, sobre como abater os muros da iniquidade, a exclusão e a indiferença. Com efeito, afirmam, “os excluídos do desenvolvimento são sempre os mais afetados pela pandemia, além das inúmeras pessoas e famílias que, agora, se encontram sem trabalho e meios de subsistência”.
Como pastores do Panamá constatam que os problemas que existiam antes continuam a sobreviver à pandemia: “São vírus que corroem o tecido social, como a corrupção, falta de credibilidade e ética, em todas as esferas da vida, que levam a empobrecer, sempre mais, a grande maioria de pessoas”.
A este triste panorama, os Bispos acrescentam uma série de problemas, que o Panamá tem que enfrentar, em meio à pandemia, como o acesso à educação dos mais empobrecidos e excluídos e ao sistema de saúde. “Além disso, - dizem os Bispos – não podemos ignorar os altos índices de violência e criminalidade, em todas as suas formas; o grito do povo contra a corrupção e a falta de transparência na gestão pública; as contínuas demandas de condições melhores de vida: água, moradia, saúde, educação, emprego decente e estável”.
Apesar deste panorama sombrio e dos muitos desafios, os Bispos panamenhos destacam, em sua mensagem, as oportunidades que esta crise pode oferecer, recordando as palavras do Papa Francisco, quando se refere à pandemia: “Só se sai de uma crise melhor ou pior, não como antes”. Por isso, o episcopado lança o desafio de "reconstruir o tecido social", mediante dinâmicas que possam tornar os panamenhos mais humanos, solidários e fraternos.
Seguindo a orientação do Santo Padre “sobre a importância de unir a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral”, os Bispos panamenhos apelam para “a urgência de enfrentar, juntos, o desafio da pobreza e da exclusão, o aquecimento global e a universalidade da globalização”. Pedem também a todos "sacrifícios" para aliviar o sofrimento dos mais vulneráveis, mediante "anticorpos" como a justiça, a caridade e a solidariedade.
Para a Conferência Episcopal Panamenha há muitos sinais de esperança, que demonstram a nobreza de um povo, durante a pandemia: a solidariedade e a fraternidade de muitas pessoas, organizações e instituições. A Igreja Católica consolidou suas obras sociais e de misericórdia, graças ao compromisso permanente de seus sacerdotes, consagrados e leigos. A Igreja doméstica, que é a família, também se fortaleceu com o acompanhamento, por meio de plataformas digitais, com as quais proporcionou uma nova dimensão pastoral.
Os Bispos do Panamá concluem sua mensagem aos fiéis e à nação, dizendo: “Reconhecemos, sem dúvida, que é o sopro do Espírito Santo, - como aconteceu com os discípulos amedrontados no Cenáculo, - que nos dá a força para buscar novos horizontes e formas de criatividade, para enfrentar os desafios de uma pandemia, que coloca em evidência a fragilidade humana”.
Fonte:Vatican News



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