"Desta terra, há
milênios, Abraão começou a sua viagem. Hoje cabe a nós continuá-la, com o mesmo
espírito, caminhando juntos pelos caminhos da paz!", foi a mensagem do
Papa em seu último compromisso público desta sua Viagem Apostólica.
Jackson
Erpen - Vatican News
O Papa
Francisco despediu-se do Iraque na manhã desta segunda-feira, 7, deixando uma
mensagem de paz e esperança, e encorajando a recomeçar e a
reconstruir. "Sois todos irmãos" foi o lema que guiou
a 33ª Viagem Apostólica de seu Pontificado.
Depois de se
despedir da Nunciatura, onde logo cedo rezou uma Missa de forma privada, o Papa
dirigiu-se ao Aeroporto Internacional de Bagdá para a cerimônia de despedidas,
sendo acolhido pelo presidente da República Barham Ahmed Salih Qassim,
acompanhado pela esposa, na entrada da Sala VIP Presidencial, onde conversaram
por alguns minutos, em um clima de muita cordialidade e informalidade. Antes de
saírem do local do encontro, o Pontífice trocou algumas palavras com a esposa
do presidente. Ao caminharem sobre o tapete vermelho que conduzia ao avião, o
presidente iraquiano mostrava-se muito sorridente, sendo perceptível sua
satisfação pelo bom êxito da visita. Em um tweet, agradecido, escreveu:
"Saudamos Sua Santidade Papa Francisco, que foi nosso hóspede em Bagdá,
Najaf, Ur, Nínive e Erbil, trazendo uma grande mensagem de humanidade e
solidariedade com o nosso país. A sua presença, sinal de paz e amor,
permanecerá para sempre nos corações de todos os iraquianos".
Após saudar as
delegações, o Papa Francisco embarcou no voo A330 da Alitália, que decolou às
9h54 (horário local) do Aeroporto Internacional de Bagdá com destino a Roma,
com previsão de aterrissar no Aeroporto Ciampino às 12h45 (horário italiano).
Do alto da escada, acenou para o presidente e demais presentes na pista.
O Iraque estará
sempre em meu coração
Bagdá, Najaf,
Ur, Mosul, Qaraqosh, Erbil: o Papa deixará saudades, mas o Iraque estará sempre
em seu coração como disse ao final da Missa celebrada no domingo no Estádio
Franso Hariri. Foram três dias intensos, onde Francisco pode tocar com a mão e
o coração pessoas e locais que conheceram o sofrimento, com os tantos anos de
guerras e conflitos sectários. “Ouvi vozes de sofrimento e angústia, mas ouvi
também vozes de esperança e consolação”, disse ao final da Missa celebrada no
domingo, assegurando suas orações “por este amado país”, e conviando todos a
trabalharem juntos e unidos por um futuro de paz e prosperidade que não deixe
ninguém para trás, nem discrimine ninguém’.
Igreja Mártir
Há muito o Papa
esperava por essa visita. “Esperei com impaciência esse momento!”, confidenciou
à comunidade de Qaraqosh, reunida na Igreja da Imaculada Conceição, Planície de
Nínive. “Vou como peregrino, como peregrino penitente, para implorar perdão e
reconciliação do Senhor depois de anos de guerra e terrorismo, para pedir a
Deus consolo para os corações e cura para as feridas”, havia destacado na
mensagem aos iraquianos no dia anterior à viagem. Feridas especialmente da
Igreja mártir, bem como de outras minorias, que com a visita receberam o
bálsamo do “carinho afetuoso de toda a Igreja” por meio da presença do Sucessor
de Pedro, e que “os encoraja a seguir em frente”. “Deixemo-nos contagiar por
esta esperança, que nos encoraja a reconstruir e a recomeçar!"
Caminho da fraternidade
Como “peregrino
da esperança” e “mensageiro da paz”, o Papa também deu o exemplo do diálogo,
tão necessitado em um país dilacerado, ao encontrar o clérigo xiita Al-Sistani
e conseguir reunir em Ur - terra de Abraão, pai das três religiões monoteístas
– representantes de grande parte das religiões presentes no Iraque.
“Desta
terra, há milênios, Abraão começou a sua viagem. Hoje cabe a nós continuá-la,
com o mesmo espírito, caminhando juntos pelos caminhos da paz! Por esta razão,
invoco sobre vocês toda a paz e a bênção do Altíssimo. E peço a todos vocês que
façam o mesmo que Abraão: caminhem com esperança e nunca deixem de olhar para
as estrelas”.
P
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