Presidente
da ALESP recebeu carta da CNBB nesta segunda-feira (Divulgação CNBB)
Parlamentar pediu desculpas pelas
ofensas contra a Igreja Católica
Os ataques e ofensas
do deputado estadual Frederico D’Avila (PSL-SP) serão analisados pelo Conselho
de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP). A informação foi
divulgada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nesta
segunda-feira (18), dia da entrega oficial da carta ao presidente da ALESP,
Carlão Pignatari (PSDB).
Bolsonarista,
Frederico D’Avila (PSL-SP) chamou o papa Francisco e o arcebispo de Aparecida
Dom Orlando Brandes de 'vagabundos, imundos e pedófilos’, causando reação e
revolta imediata na Igreja Católica.
O bispo de Mogi das
Cruzes (SP) e presidente do Regional Sul 1 (Estado de São Paulo) da CNBB,
dom Pedro Luiz Stringhini, entregou oficialmente a Carta Aberta ao
presidente da ALESP.
De acordo com o
assessor político da CNBB, padre Paulo Renato, o deputado estadual Carlão
Pignatari se mostrou consternado pelo fato, pediu desculpas à CNBB, ao Papa
Francisco e ao episcopado brasileiro em nome da ALESP.
Na abertura da 49ª
Sessão Ordinária direto do plenário Juscelino Kubitschek, o presidente da
ALESP, em nome do parlamento paulista, repudiou toda palavra que vá além da
crítica e que se constitua em ataques que extrapolem os limites da liberdade de
expressão e da imunidade parlamentar. Segundo ele, para o político o dom da palavra
é um direito inalienável, mas encontra limites no respeito e na própria lei.
Segundo ele, a divergência legitima a democracia, mas não autoriza a barbárie.
O presidente da ALESP
disse que a tribuna do parlamento não comporta manifestações de ódio e que não
é aceitável que um deputado suba à tribuna para professar ofensas. “Em nome do
parlamento paulista eu rogo um pedido de desculpas expresso ao Papa Francisco,
a dom Orlando Brandes”, disse.
O presidente da ALESP
disse discordar totalmente das expressões proferidas contra o Papa e dom
Orlando no último dia 14 de outubro, além de destacar que são antirregimentais
e determinou a retirada das notas taquigráficas das ofensas proferidas, nos
termos do artigo 18 do Regimento Interno da casa. Na sequência, ele leu
integralmente a Carta Aberta entregue pela CNBB.
No documento, a CNBB
rejeita “fortemente as abomináveis agressões” proferidas da Tribuna da ALESP
pelo deputado estadual Frederico D’Avila no último dia 14 de outubro. O
documento reitera que “com ódio descontrolado, o parlamentar atacou o Santo
Padre o Papa Francisco, a CNBB, e particularmente o Exmo. e Revmo. Sr. Dom
Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida. Feriu e comprometeu a missão
parlamentar, o que requer imediata e exemplar correção pelas instâncias
competentes”. Além da entrega à ALESP, a CNBB vai buscar uma reparação jurídica
a ser corrigida “pelo bem da democracia brasileira”.
Pedido de
desculpas
Na mesma sessão,
Frederico D’Avila se dirigiu à tribuna da ALESP e pediu desculpas pelos excessos
cometidos em seu pronunciamento. Ele alegou ter sido inflamado por problemas
pessoais ocorridos nos dias anteriores. “Meu pronunciamento foi inapropriado,
exagerado, descabido e infeliz”, disse o deputado.
Dom Total
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