A
Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe tem agora seu Documento para
o Discernimento. Coordenado por dom José Luis Azuaje e Ir. Birgit
Weiler, é o fruto de um processo de escuta no qual “muitas pessoas,
homens e mulheres de diferentes idades e de diferentes vocações e ministérios
em nossa Igreja, participaram com grande interesse, alegria, dedicação e
compromisso através das diferentes modalidades”.
Como
o Documento indica em sua Introdução, “a participação ativa de
tantas pessoas tem sido uma graça, uma forte experiência de sinodalidade”.
Por isso, nos convida a lê-lo “em atitude de oração e discernimento”,
procurando responder às perguntas sugeridas, que “nos convidam a contemplar os
diferentes aspectos ligados a cada um dos temas centrais”.
O Documento começa
por refletir sobre o horizonte e a finalidade da primeira Assembleia
Eclesial, uma novidade na história da Igreja, que faz parte do Jubileu
Guadalupano (2031) e da Redenção (2033), mas também do processo
do Sínodo da Sinodalidade (2023). Ao mesmo tempo, é lembrado o
caminho da Igreja latino-americana do pós-Concílio, das Conferências
Gerais do Episcopado, especialmente Aparecida, celebrada em 2007 e que
inspira esta Assembleia Eclesial.
No
espírito de Aparecida, o Documento parte da afirmação de que
“somos discípulos missionários de Jesus Cristo”, algo que é vivido como Povo de
Deus. Um Povo de Deus com espírito sinodal, saindo para as periferias existenciais
e dando vida.
Como
resultado do processo de escuta, as duas partes mais importantes
do Documento foram elaboradas. As duas partes
pretendem escutar e discernir, em primeiro lugar, os sinais
de nosso tempo que mais nos desafiam, e em um segundo momento,
os sinais eclesiais que mais nos desafiam.
Ao
analisar a realidade social, são abordadas diferentes questões, começando
pela pandemia, considerada como um marco na mudança de época. A partir
daí, uma reflexão sobre o cuidado da Casa Comum, considerado um chamado
urgente; a crescente violência nas sociedades do continente, o que
implica um chamado para um maior compromisso com a não-violência ativa e a
promoção da paz; o fortalecimento da democracia e a defesa e promoção
dos direitos humanos; o compromisso com uma educação integral e
transformadora; a reconstrução do Pacto Global de Educação; e
a educação popular.
A
dimensão eclesial se baseia na ideia de uma Igreja sinodal e
evangelizadora: de todos e para todos. A partir daí, é proposta uma reflexão
sobre a grande diversidade sociocultural na sociedade e na Igreja,
que se concretiza em diferentes realidades: quilombolas; pessoas com
identidades e orientações sexuais diversas; pessoas com diferentes capacidades
(especiais).
Estas
realidades são vistas à luz da Palavra de Deus e do Magistério, abordando
o desafio pastoral de anunciar o Evangelho às famílias hoje; a
realidade dos jovens, protagonistas da sociedade e da Igreja hoje,
mostrando as vozes da juventude no processo de escuta, fazendo a proposta
de buscar novos caminhos com a juventude.
Algo
que está ficando cada vez mais claro na América Latina e
no Caribe é a concentração da população nas cidades, o que leva
à questão de como passar da pastoral na cidade para a pastoral urbana.
Também aborda o novo lugar para a mulher na Igreja e na sociedade.
O documento reflete
sobre o que é mais doloroso, o que nos dá esperança, o que está mais ausente e
o que está mais presente. A partir daí, são oferecidas propostas.
Finalmente, a questão do clericalismo é abordada, apresentada como um
obstáculo a uma Igreja sinodal, e relacionado a isso, os casos
de abuso na Igreja: vozes que clamam por escuta e ação. Mostra também o
que o movimento evangélico-pentecostal implica.
O Documento se
encerra com uma oração à Padroeira da América Latina, a Virgem de
Guadalupe, a quem é pedido “continuar abrindo caminhos para o Espírito e para
trazer unidade entre nós”. E junto com isso: “Continuar a construir
pontes e sussurrar sinfonias sinodais para nós”.
Confira
o documento na íntegra:
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