O
conflito violento que eclodiu na região de Tigré, na Etiópia, combinado com uma
seca severa e prolongada que afeta a região, foram causa da morte de cerca de
5000 pessoas em apenas quatro meses no ano de 2021, entre as quais mais de 350
crianças pequenas.
A
avaliação feita pelas autoridades sanitárias e outras organizações internacionais,
relativas ao período compreendido entre julho e outubro do ano findo, permite
concluir que as mortes se ficaram a dever a desnutrição e falta de cuidados,
avança a agência Fides,
citando informações de um relatório publicado pela Ethiopia Insight.
Segundo
essas fontes, o sistema sanitário da região ficou em boa medida destruído com o
conflito desencadeado no Tigré, em novembro de 2020.
A
Fides observa que os dados dão apenas conta de uma parte do que se passa, dado
que nas zonas ocupadas pelos combatentes a recolha de dados foi limitada. A
isso acresce a fata de combustível, devido ao bloqueio. O chefe do setor de
saúde do Tigray calcula que os dados não se refiram a mais de 40 por cento do
território do Estado.
Menos
de 15 por cento da ajuda humanitária conseguiu chegar à região do Tigré, visto
que o Governo de Addis Abeba bloqueou os comboios de ajuda, com receio de que
os produtos caíssem em mãos dos “inimigos”, segundo a ONU. O Ministério dos
Negócios Estrangeiros etíope disse, em comunicado datado de 23 de janeiro, que
está a diligenciar no sentido de fazer a ajuda, incluindo medicamentos, seguir
por via aérea.
Ao
conflito junta-se a falta de água: três estações de chuva que não caiu deixaram
os pastos sem alimentação para o gado e a alimentação das pessoas também se
ressente por esse lado. Há locais onde se veem carcaças de animais que morreram
de fome e muitas mulheres rezam para que chova, já que nem sequer têm leite
para amamentar.
Um
responsável regional da Unicef, citado pelo diário The Guardian, diz que, se em Abril próximo a chuva não
vier, estima-se que “mais de 6,8 milhões de pessoas nas regiões afetadas
precisem urgentemente de assistência humanitária”. Aproximadamente 850 mil
crianças nessas áreas ficarão gravemente desnutridas este ano devido a uma
combinação de seca, conflito e recessão económica.
Fonte: setemargens
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