quinta-feira, 3 de março de 2022

SACERDOTES ORTODOXOS RUSSOS: "PELO FIM DESTA GUERRA FRATRICIDA"

Reconciliação, perdão, diálogo e a plena consciência de que não há espaço para a violência. O apelo à paz de um grupo de 233 clérigos da Igreja Ortodoxa Russa também inclui o desejo de que todos os soldados, russos e ucranianos, voltem para casa ilesos
Andrea De Angelis – Vatican News
"Lamentamos o calvário ao qual nossos irmãos e irmãs na Ucrânia foram imerecidamente submetidos". Um grupo de 233 sacerdotes e diáconos da Igreja Ortodoxa Russa lançou um forte apelo a todos os que têm o poder de cessar a guerra na Ucrânia, descrita como "fratricida", apelando à reconciliação e a um cessar-fogo imediato. O apelo chega após o Domingo do Juízo Final e na semana anterior ao Domingo do Perdão.
O Juízo Final
Lembrando que a vida de cada pessoa é um dom único e inestimável de Deus, os sacerdotes e diáconos enfatizam que o Juízo Final espera por todos. "Nenhuma autoridade terrena, nenhum médico, nenhum guarda", lê-se, "nos protegerá deste julgamento. Preocupados com a salvação de cada pessoa que se considera um filho da Igreja Ortodoxa Russa, não queremos que chegue a este julgamento, carregando o pesado fardo das maldições maternas. Recordemos que o sangue de Cristo, derramado pelo Salvador pela vida do mundo, será recebido no sacramento da Comunhão por aqueles que dão ordens assassinas, não pela vida, mas pelo tormento eterno".
Desejando retorno ao lar aos soldados
No apelo, há um pensamento pelos que estão lutando nesta guerra hoje, os soldados. Um desejo "a todos, tanto russos quanto ucranianos, de retornar ilesos às suas casas e famílias. Entristece-nos pensar no abismo que nossos filhos e netos na Rússia e na Ucrânia terão que transpor para começar a ser amigos novamente, a respeitar e a amar uns aos outros". Então, é expressa a firme convicção de que o povo ucraniano deve ser livre para fazer suas próprias escolhas, "não sob a mira das metralhadoras, sem pressão do Ocidente ou do Oriente".
Reconciliação
Na espera do Domingo do Perdão, os 233 sacerdotes e diáconos da Igreja Ortodoxa Russa lembram que "as portas do céu estarão abertas a todos, mesmo àqueles que pecaram muito, se pedirem perdão àqueles que desprezaram, insultaram ou mataram com suas mãos ou por sua ordem". Não há, é enfatizado, nenhuma alternativa à reconciliação recíproca. Com o desejo de iniciar a Quaresma com um espírito de fé, esperança e amor, a mensagem conclui reiterando que "nenhum apelo não violento pela paz e pelo fim da guerra deve ser rejeitado com a força e deve ser considerado como uma violação da lei, porque este é o mandamento divino: Bem-aventurados os construtores de paz". Daí o convite ao diálogo, pois "somente a capacidade de escutar o outro pode dar esperança de uma saída do abismo no qual nossos países foram lançados em poucos dias".

Fonte: Vatican news


 

Um comentário:

  1. Onde a igreja se reduz a um órgão de bajulação dos poderosos para receber benesses as mãos serão sempre sujas de sangue ou da corrupção

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