O
Papa: “diante deste mundo dilacerado e temeroso de um futuro incerto, desponta,
nesta noite, a presença luminosa do Espírito Santo”.
Silvonei
José, Manoel Tavares – Vatican News
O
Papa Francisco participou na noite deste sábado (04/06) da Vigília Ecumênica de
Pentecostes em modalidade virtual. Foi o Espírito Santo a guiar e inspirar a
oração: "imploraremos a sua presença por um mundo que está sofrendo tantas
mortes devido a uma pandemia global e que está atualmente sendo abalado por uma
guerra injusta e injustificável", explicou um comunicado da iniciativa
organizada pelo Serviço Internacional para Renovação Carismática Católica
(Charis) e pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
Francisco
na sua mensagem iniciou citando o livro dos Atos dos Apóstolos, lemos: “Após a
sua ressurreição, durante quarenta dias, apareceu-lhes e falou-lhes do Reino de
Deus. Certo dia, enquanto comia com eles, ordenou-lhes: ‘Não se afastem de
Jerusalém, mas esperem a promessa do Pai, sobre a qual lhes falei: João batizou
com água e, em poucos dias, vocês serão batizados com o Espírito Santo’. E,
mais adiante, acrescentou: 'Quando o Espírito Santo descer sobre vocês,
receberão o poder e serão minhas testemunhas, em Jerusalém e em toda a Judéia e
Samaria, e até aos confins da terra’.”
Em
uma noite como hoje, - continuou o Papa - aqueles homens e mulheres temerosos,
trancados no Cenáculo, em Jerusalém, - porque sabiam que estavam sendo
perseguidos - experimentaram a poderosa presença do Espírito Santo, que
transformou suas vidas para sempre. As suas vidas, transformadas pelo poder do
Espírito, mudaram a história.
O
Papa Francisco sublinhou que nesta noite, no mundo, todos nós cristãos estamos
unidos em oração, esperando a promessa do Pai: a vinda do Espírito Santo. Nós o
esperando por que não veio, por que não está? Não, ele já existia no momento da
Criação e está em todos nós, através do Batismo que recebemos.
Todos
os anos, na Vigília de Pentecostes, queremos ter a mesma experiência vivida e
segura da sua presença em nós, em nossas vidas, em nossas comunidades.
A
realidade do mundo de hoje – destacou o Papa -, “é marcada pela doença, pela
pandemia, que causou a morte de milhões de pessoas no mundo, e, com ela, a dor,
o sofrimento, a ausência. Em muitas partes do mundo, também a fome obrigou
inteiros povos ao exílio; e a guerra, guerra entre irmãos, guerra entre
cristãos, como acontece, neste momento, com a invasão da Ucrânia. Como esta, há
outros exemplos de guerras no mundo, como a situação no Iêmen, o martírio do
povo Rohingya e, em particular, a situação no Líbano, entre outras tantas
guerras!”
Francisco
chamou a atenção para a presença do Espírito Santo no mundo de hoje: “diante
deste mundo dilacerado e temeroso de um futuro incerto, desponta, nesta noite,
a presença luminosa do Espírito Santo, que nos dá forças, nos dá coragem e
determinação para trabalhar, incansavelmente, pela paz, que só Ele pode dar.
“A
paz começa nas famílias – continuou o Papa -, nas relações interpessoais,
inter-raciais, nas relações entre cristãos e entre membros de outras religiões.
A paz começa no amor pelo inimigo, por quem não pensa como eu... Sozinho não é
possível, mas com o Espírito Santo, sim. O ódio parece dominar o mundo de hoje,
porém, há uma força mais poderosa que o ódio: a força do amor, “...o amor de
Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado"
(Rm 5,5).
O
Santo Padre destacou que amanhã, com o poder do Espírito Santo, encontraremos
aquela pessoa que nos feriu, que não amamos, por vários motivos, talvez, até
dentro da nossa família, e a ela pedimos perdão ou a perdoamos e abraçamos.
Assim começa a paz, aos poucos, um de cada vez. Começa assim a cultura da paz,
que devemos difundir.
“Os
Chefes de Estado trabalharão ou não pela paz, - evidenciou o Papa - e serão
julgados pela história. Cabe a cada um de nós difundir o amor e superar o ódio
com nossas ações diárias. Os nossos filhos aprenderão a vivê-lo, os nossos
netos aprenderão com eles e, assim, faremos alguma coisa para mudar o mundo”.
Sim,
somos chamados a trilhar este caminho: "Quando o Espírito Santo descer
sobre vocês, diz o Senhor, receberão o poder e serão minhas testemunhas, em
Jerusalém e na Samaria, até aos confins da Terra".
O
Papa concluiu: “este é o desejo para todos vocês: que recebam a força do
Espírito Santo e sejam testemunhas. Deus o abençoe!”
Fonte: Vatican News
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