Santo
Antônio cuidou dos pobres, seguindo os passos do próprio Jesus e de seu irmão e
fundador Francisco de Assis
Felipe Magalhães Francisco*
Próximos
da Festa de Santo Antônio, nos rincões do Brasil festejos se somam. Este ano,
com a retomada das atividades presenciais, após longo período de afastamento,
talvez as festas juninas sejam celebradas e vividas com ainda mais alegria e
engajamento. Nosso povo precisa mesmo festejar, pois a festa é uma das maneiras
de dar significado à vida, de trazer forças para lidar com as pelejas...
Para
além da festa com suas variadas expressões, celebrar os santos juninos têm uma
dimensão religiosa e de fé importante. Há algo que podemos pensar a respeito de
nossa própria fé, quando voltados para a meditação a respeito da vida e do
testemunho de homens e mulheres que fizeram da sua vida uma doação em favor do
Evangelho do Reino. Santo Antônio, tão popular, tem muito a nos ensinar sobre o
seguimento de Jesus e a vivência-pregação da Palavra de Deus.
Antônio
foi um exímio pregador. Mais que sua excelente oratória, pregou o Evangelho de
modo intenso com sua própria vida. Sabia ?" e assim ensinava ?" que a
melhor maneira de anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus era por meio do
testemunho. Cuidou dos pobres, seguindo os passos do próprio Jesus e de seu
irmão e fundador Francisco de Assis; viveu como pobre, tal como aquela das
bem-aventuranças da pregação de Cristo, bem como em solidariedade aos muitos
empobrecidos e empobrecidas da história.
Cristãmente,
celebrar a memória de Antônio de Pádua, neste ano de 2022, em específico, deve
nos fazer também refletir e atuar diante do cenário cruel em que vivemos: a
volta do Brasil ao mapa da fome, onde 33 milhões de brasileiros e brasileiras
não têm o que comer, e mais um sem número de pessoas se encontram em situação
de vulnerabilidade alimentar, isto é, não sabem se terão o que comer amanhã.
Essa situação não é obra do acaso; é resultado de tomadas de decisões que têm
levado os brasileiros e brasileiras à miséria e à indignidade, enquanto os que
possuem a caneta da decisão, vivem nababescamente, usufruindo de modo imoral do
dinheiro público.
Santo
Antônio continua a abençoar os pãezinhos. Mas, mais que isso, a maneira como
viveu nos interpela a também atuar para a transformação da situação de quem tem
fome. Desejamos, justamente, prosperidade em nossa dispensa e mesa, mas,
igualmente, precisamos, cristãmente, contribuir para que não falte o pão na
mesa dos irmãos e irmãs. E essa atuação não deve se limitar às ações de
caridade, tão importantes e urgentes, mas também no compromisso cidadão.
No Dom
Especial da Semana, lançando o olhar sobre a pregação de Santo Antônio, que nos
inspiremos à vivência do seguimento de Jesus Cristo na radicalidade evangélica
à qual todo batizado e batizada é chamado. Inspirados no testemunho do Santo de
Pádua, que atuemos para a transformação de nossa sociedade, à luz do Evangelho.
No primeiro artigo, Rogai por nós, Santo Antônio, para que sejamos dignos de
viver o Evangelho de Cristo, Reuberson Ferreira nos ajuda a
refletir sobre a vida e missão de Antônio. Rodrigo Ferreira da Costa, no artigo A Palavra é viva quando são as obras que falam,
no qual nos conduz a um dos mais expressivos ensinamentos de Santo Antônio a
nós: o compromisso evangelizador que se efetiva, por primeiro, no modo de viver
cristã. Por fim, Francisco Thallys Rodrigues, no artigo A caridade que emerge da fé, ajuda-nos
a refletir, a partir do ensinamento de Santo Antônio que ecoa o Evangelho, a
respeito da ética da fé.
Boa
leitura!
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