Na mensagem do Papa
ao Diretor Geral da FAO, Sr. Qu Dongyu por ocasião do Dia Internacional de
Conscientização sobre Perdas e Desperdícios de Alimentos, o Papa fez um
caloroso apelo: “É hora de responder de forma eficaz e honesta ao grito de dor
no coração dos famintos que pedem justiça”
Jane Nogara -
Vatican News
Ouça a reportagem e compartilhe!
O Papa Francisco
enviou nesta quinta-feira (29) uma mensagem ao Diretor-Geral da FAO, Sr. Qu
Dongyu por ocasião do Dia Internacional de Conscientização sobre Perdas
e Desperdícios de Alimentos 2022.
À mercê da cultura descartável
O Papa agradeceu o
destaque dado à gravidade de um problema “que não podemos nos dar ao luxo de
ignorar neste momento difícil em que vivemos”, esclarecendo que quando os
alimentos não são utilizados adequadamente […], estamos à mercê da
"cultura descartável", que é uma manifestação de desinteresse pelo
que é de valor fundamental ou de apego àquilo que não é importante".
Chegar aos necessitados
“Saber que
multidões de seres humanos não têm acesso a alimentação adequada ou aos meios
para obtê-la, e ver alimentos estragados ou jogados no lixo pela falta dos
recursos necessários para serem levados até seus destinatários é
verdadeiramente vergonhoso e preocupante”, acrescentou o Papa.
“O grito dos
famintos, privados de um modo ou de outro de seu pão diário, deve ressoar nos
centros onde são tomadas as decisões. E não pode ser silenciado ou sufocado por
outros interesses.”
Insistindo neste
ponto Francisco recordou que o Relatório sobre o Estado da Segurança
Alimentar e Nutricional no Mundo (SOFI 2022) revelou que o número de
pessoas famintas em nosso planeta aumentou significativamente no ano passado,
devido às múltiplas crises que a humanidade enfrenta. Afirmando em seguida:
“Já disse isso no
passado, e não me cansarei de insistir, jogar comida fora é jogar pessoas
fora!”
Paradoxo da abundância
Toda a comunidade
internacional deve se mobilizar – escreveu o Papa – “para pôr um fim ao
lamentável ‘paradoxo da abundância’, que meu predecessor São João Paulo II
denunciou trinta anos atrás”. “No mundo existe alimentos necessários para
que ninguém vá dormir com fome. São produzidos alimentos mais do que
suficientes para 8 bilhões de pessoas. A questão – adverte o Papa - sem dúvida,
é de justiça social, ou seja, como é regulada a gestão dos recursos e a
distribuição da riqueza”.
“A especulação
alimentar deve ser detida! Devemos parar de tratar os alimentos, que é um bem
fundamental para todos, como moeda de troca para poucos”
Desperdício e o meio ambiente
"Além disso, o
desperdício ou a perda de alimentos contribui significativamente para o aumento
das emissões de gases de efeito estufa e, portanto, para a mudança climática e
suas consequências nocivas. Os jovens, acima de tudo, nos pedem para
pensar neles, para olharmos longe e ampliar o coração, dando o melhor de nós
mesmos para cuidar da casa comum que veio das mãos de Deus e que devemos
salvaguardar, respondendo com boas ações ao mal que lhe causamos".
"É hora de
agir com urgência e para o bem comum. É urgente tanto para os Estados como para
as grandes empresas multinacionais, para as associações, como para os
indivíduos - para todos, sem excluir ninguém - responder de forma eficaz e
honesta ao grito de dor no coração dos famintos que pedem justiça".
Fonte: Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário