sexta-feira, 21 de outubro de 2022

ECONOMIA QUE MATA TAMBÉM PREOCUPA ACADEMIA PARA A VIDA

Vincenzo Paglia, presidente da Academia Pontifícia para a Vida: a “economia que mata” também interessa à instituição. Foto © Academia Pontifícia para a Vida.
 
Em resposta aos setores pró-vida que se insurgiram contra a nomeação da economista Mariana Mazzucato para a Pontifícia Academia para a Vida, o arcebispo Vincenzo Paglia, seu presidente e chanceler, veio esclarecer e contextualizar o sentido da integração desta académica do University College London.
A opção da Academia foi incluir “mulheres e homens de diferentes contextos e com competências em distintas disciplinas”, em prol de “um diálogo interdisciplinar, intercultural e inter-religioso constante e frutífero’”, diz um comunicado da instituição, citado pela Catholic News Agency.
“É por isso que entre os académicos também há pessoas não católicas: dois rabinos, um académico xintoísta, muçulmanos, um teólogo anglicano”, lê-se no texto. A Pontifícia Academia para a Vida é “um organismo de estudo e investigação. Assim, o debate e o diálogo acontecem entre pessoas de diferentes origens”, acrescenta.
Especificamente sobre o caso de Mazzucato, o arcebispo Paglia é citado pelo National Catholic Reporter como tendo garantido que todos os membros “têm no coração o valor da vida humana na sua área de atuação“.
No caso da académica, o motivo que esteve por detrás da sua nomeação foi o seu trabalho sobre as desigualdades, numa economia que mata. Paglia cita números da organização Save the Children, segundo os quais dois milhões de crianças morrem anualmente de malnutrição.
Procurando tranquilizar os setores contestatários, Vincenzo Paglia lembra que todos os sete nomes agora incluídos foram objeto de consulta junto do núncio apostólico e da conferência episcopal dos países onde os académicos vivem e trabalham, sem que tenha havido objeção, antes da respetiva nomeação pelo Papa. Além disso, acrescentou, os documentos produzidos pela Academia são sempre verificados pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, antes de serem publicados.
Segundo os atuais estatutos da Academia para a Vida, os membros nomeados pelo Papa podem ser de qualquer religião, mas devem “promover e defender os princípios relativos ao valor da vida e da dignidade da pessoa humana, interpretados de forma conforme ao magistério da Igreja”. Segundo esse documento, se um dos membros fizer declarações públicas “manifestamente contrárias a esses princípios, ou gravemente ofensivas da dignidade e credibilidade da Igreja Católica e da própria Academia”, podem ver a sua filiação revogada.
 Fonte:setemargens.org.pt
 


 

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