Vincenzo
Paglia, presidente da Academia Pontifícia para a Vida: a “economia que mata”
também interessa à instituição. Foto © Academia Pontifícia para a Vida.
Em
resposta aos setores pró-vida que se insurgiram contra a nomeação da economista Mariana
Mazzucato para a Pontifícia Academia para a Vida, o arcebispo
Vincenzo Paglia, seu presidente e chanceler, veio esclarecer e contextualizar o
sentido da integração desta académica do University College London.
A
opção da Academia foi incluir “mulheres e homens de diferentes contextos e com
competências em distintas disciplinas”, em prol de “um diálogo
interdisciplinar, intercultural e inter-religioso constante e frutífero’”, diz
um comunicado da instituição, citado pela Catholic News
Agency.
“É
por isso que entre os académicos também há pessoas não católicas: dois rabinos,
um académico xintoísta, muçulmanos, um teólogo anglicano”, lê-se no
texto. A Pontifícia Academia para a Vida é “um organismo de estudo e
investigação. Assim, o debate e o diálogo acontecem entre pessoas de
diferentes origens”, acrescenta.
Especificamente
sobre o caso de Mazzucato, o arcebispo Paglia é citado pelo National Catholic Reporter como tendo garantido que todos os membros “têm no
coração o valor da vida humana na sua área de
atuação“.
No
caso da académica, o motivo que esteve por detrás da sua nomeação foi o seu
trabalho sobre as desigualdades, numa economia que mata. Paglia cita números da
organização Save the Children, segundo os quais dois milhões de
crianças morrem anualmente de malnutrição.
Procurando
tranquilizar os setores contestatários, Vincenzo Paglia lembra que todos os
sete nomes agora incluídos foram objeto de consulta junto do núncio apostólico
e da conferência episcopal dos países onde os académicos vivem e trabalham, sem
que tenha havido objeção, antes da respetiva nomeação pelo Papa. Além disso,
acrescentou, os documentos produzidos pela Academia são sempre verificados pelo
Dicastério para a Doutrina da Fé, antes de serem publicados.
Segundo
os atuais estatutos da Academia para a Vida, os membros nomeados pelo Papa
podem ser de qualquer religião, mas devem “promover e defender os princípios
relativos ao valor da vida e da dignidade da pessoa humana, interpretados de
forma conforme ao magistério da Igreja”. Segundo esse documento, se um dos
membros fizer declarações públicas “manifestamente contrárias a esses princípios,
ou gravemente ofensivas da dignidade e credibilidade da Igreja Católica e da
própria Academia”, podem ver a sua filiação revogada.
Fonte:setemargens.org.pt
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