quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

DO MARANHÃO AO VATICANO: PAPA RECEBE CARTAS DE JOVENS INFRATORES


Pe. Hernanni entrega ao Papa 15 cartas de adolescentes infratores do Maranhão

Quinze menores infratores do Centro Socioeducativo de Internação Provisória Canaã, em São Luis do Maranhão, enviaram cartas escritas à mão para o Papa Francisco.

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Infratores de São Luís do Maranhão e o Papa Francisco: um sacerdote brasileiro foi a ponte que uniu Brasil e Vaticano hoje na Audiência Geral.

Finalizando a sua missão na paróquia São Maximiliano Kolbe, o Padre Hernanni Pereira entregou quinze cartas escritas à mão por internos do Centro Socioeducativo de Internação Provisória Canaã, na capital maranhense.

Sensibilizado com a situação dos adolescentes, Pe. Hernanni propôs a eles que escrevessem ao Papa Francisco como forma de incentivá-los a buscar o perdão e o propósito de uma vida com mais dignidade, longe da criminalidade. Nas cartas, os jovens puderam falar de suas dificuldades e expressar seus sonhos.

Na oportunidade, o padre entregou também cartas de duas mães, uma que perdeu seu filho envolvido com o tráfico de drogas e a outra que encontrava-se com seu filho preso. Uma das mães pede perdão ao Papa por não ter sabido criar seu filho e se pergunta: "Onde é que errei?".
Pe. Hernanni com seu irmão, Pe. Claudemar Silva

Depois da Audiência, Pe. Hernanni e seu irmão, o também sacerdote Pe. Claudemar Silva, visitam o Vatican News.

"Toda vez que eu vou a um presídio, eu tenho dois sentimentos. O primeiro é como se Jesus falasse assim: 'Se você tivesse evangelizado antes, eles não estariam aqui". E depois Jesus me consola: 'Ainda bem que você veio, ainda bem que você me trouxe aqui'."

O sacerdote reza, leva o Santíssimo, a imagem de Nossa Senhora e conversa com os detentos. Na maioria das vezes, emerge a figura materna como ponto de referência: "Lembro das mães, porque os presos, quando você fala da mãe, eles choram muito. E eles têm uma motivação para melhorar: não decepcionar a mãe. E mãe sempre espera". Uma das cartas entregues ao Papa revela justamente a vontade de um jovem de se redimir "porque não aguenta ver a mãe chorando".

Na entrevista, o Padre Hernanni Pereira conta que também viveu a experiência de ser vítima da violência das pessoas que hoje ele ajuda, ao ter um sobrinho assassinado. Por isso reflete que não é preciso estar condenado para padecer de outro tipo de prisão, a prisão dos nossos egoísmos e ressentimentos. 

Vatican News

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