domingo, 30 de abril de 2023
14ª CARTA ÀS COMUNIDADES: CEBS, SINODALIDADE E DEMOCRACIA
Carta às Comunidades – nº 14 –
Rondonópolis, 15 de abril de 2023.CEBs,
Sinodalidade e Democracia
Amigas e amigos das CEBs, irmãs e
irmãos em Cristo,
Cristo Ressuscitou! Aleluia!
Aleluia!
Estamos vivenciando o espírito
Pascal, tempo em que nossas esperanças se renovam e reacendem-se na direção de
uma Igreja toda ela Sinodal e um mundo mais justo, solidário e democrático.
Com o avançar do tempo, vamos nos
aproximando do grande Encontro das Comunidades Eclesiais de Base, e este tempo
que o antecede, é o momento propício para nos prepararmos fortalecendo nossa
caminhada.
Recentemente vivenciamos o mês de
março, mês de referência na luta pelos Direitos das mulheres. Infelizmente, o
Brasil não é exemplo para o mundo no tratamento igualitário e respeitoso às
mulheres. Aos poucos, elas conquistam direitos já previstos em lei, mas sua
execução deixa muito a desejar. Não é democrática, uma nação onde a maioria das
pessoas não tenha direitos iguais em equidade de oportunidades. Pelo contrário,
uma sociedade capitalista e patriarcal cheia de privilégios, machismos,
superioridades e violências, não comporta uma convivência democrática.
Democracia não significa apenas ter
direitos iguais politicamente. Muito menos pode ser entendida apenas como
liberdade de expressão, inclusive liberdade de mentir ou de enganar. Passamos
por experiências muito dolorosas em nosso País, especialmente nos últimos anos.
O sentido verdadeiro da Democracia
está no acesso aos direitos básicos, comida em primeiro lugar, moradia digna,
saúde, educação, lazer, transporte e tudo o que a Constituição Brasileira de
1988 garante, como direitos para toda a população. E nesse ponto, ainda há
muita coisa a ser feita. Precisamos avançar…
Assim como precisamos avançar na
igualdade de direitos e no exercício da Democracia em nossa sociedade, também
no âmbito da Igreja, que enquanto estrutura social, sofre as mesmas mazelas da
sociedade, este avanço se faz necessário.
O Papa Francisco está muito
consciente disso e tem chamado a atenção sobre alguns fatos que precisam ser
mudados em nosso meio. Não se pode tapar o sol com a peneira e negar que
mulheres na Igreja Católica e nas nossas Comunidades não conquistaram um lugar
adequado. Há ainda um longo caminho para que haja na estrutura da Igreja,
atitudes respeitosas e atenciosas que Jesus adotou no seu tempo – inclusive,
contrário aos costumes machistas e dominantes de seu tempo – no tratamento de
suas companheiras. É pena que depois de poucas décadas de existência, a Igreja
tenha esquecido este exemplo do Mestre e se curvado diante das conveniências
político-sociais da época.
Contudo, também para o “povo de
Deus” na Igreja, não existe um padrão de igualdade. Há uma estratificação
hierárquica que deve ser repensada e modificada nas estruturas eclesiais, desde
a sua base: Comunidades Eclesiais de Base, paróquias, dioceses e cúria romana.
Também aqui, o Papa Francisco é um marco. Convocou justamente o Sínodo sobre
sinodalidade com o objetivo de envolver a totalidade do Povo de Deus no
diálogo, sobre os rumos da Igreja em nossos tempos, que são diferentes de
épocas nem tão distantes.
Para nós cristãs e cristãos, existem
ainda muitos caminhos a serem percorridos, para nos aproximar do sonho do
Mestre Jesus. Seu mandamento é claro: pão em todas as mesas! Quem tem fome,
sede ou outra carência deve estar no centro de nossas atenções; não deve haver
ambição pelo poder, pelos primeiros lugares entre nós; o menor deve ser tratado
com a prioridade que merece. E quem é convocado para exercer alguns
ministérios, o faça com espírito de serviço, não de mandante que dá ordens. A
escuta deve ser a principal característica de quem ocupa alguma
responsabilidade e, após ter escutado a necessidade ou opinião de seu
semelhante, “responde” a fim de tornar nossa convivência mais amorosa, mais
justa, mais equitativa. Assim caminha a Igreja Sinodal!
Minhas companheiras e meus
companheiros, uma longa estrada se abre à nossa frente, tanto na Igreja como na
sociedade, para que o Reino de Deus e sua Justiça se façam presente entre nós.
E nosso 15º Intereclesial quer dar uma contribuição para andarmos com coragem,
dedicação e resiliência nesta estrada da sinodalidade e democracia.
Que Deus nos abençoe, sempre!
Secretariado para o 15º
Intereclesial das CEBs
Colaboração: Pe. João Maria (MA)
Para refletir:
Como sua comunidade vivencia a
democracia e a sinodalidade? Citar exemplos.
O que podemos fazer para avançar na
igualdade de direitos e no exercício da Democracia em nossa sociedade?
O que podemos fazer para
avançar na igualdade de direitos e no exercício da Sinodalidade na Igreja?
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