Quando
algo nos magoa, importa que sejamos capazes de o tratar e sarar. Quem busca
através do ódio, da violência ou até de uma fria vingança repor a justiça,
agrava o mal que o aflige, em vez de o curar.
Quantas
vezes ficamos zangados com acontecimentos que, na realidade, não se passaram
tal como os recordamos? Será que não devíamos, em nome da verdade, ser mais
humildes e procurar saber com rigor os factos antes de reagirmos?
Há
quem se alimente do mal e faça o seu coração bater em busca de castigos para os
outros. Busca a justiça, mas age de forma tão justiceira que acaba por ser tão
injusto quanto aqueles males que julga combater.
Perdoar
é renunciar à cobrança. É velar pelo seu próprio bem, compreendendo que se
todos erramos, também todos podemos ser perdoados. O perdão é um ato de amor, é
dar ao outro mais do que merece…
Mas…
quem sou eu para julgar os outros? As suas razões e os seus gestos? Se os
perdoar, tal como fui, sou e serei perdoado, que mal estou a fazer ao outro ou
a mim mesmo?
Quando
os nossos silêncios são de murmúrios, lamentações e intrigas interiores, não
temos paz.
Não
será o perdão sempre justo?
Quem
é digno de condenar aquele a quem Deus pode decidir perdoar?
Se
sou perdoado na medida em que perdoo, então condenar o outro é condenar-me a
mim mesmo!
José
Luis Nunes Martins
Fonte: imissio.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário